Ministro desautoriza Sec. de Estado do Ens. Superior
Sindicato dos Professores do Norte / FENPROF |
Ministro
desautoriza Secretário de Estado do Ensino Superior e não reconhece validade ao acordo de revalorização salarial
de 1996 Entregue à PRC anteprojecto
de ECDU Em
reunião havida ontem, 27/3, com a PRC (Plataforma Reivindicativa
Comum, constituída por FENPROF, SINDEP e SNESup), o Ministro da
Educação desmentiu o Secretário de Estado do Ensino Superior, na
sua presença, dando o dito por não dito. Assim,
ao contrário do afirmado e reiterado pelo Secretário de Estado em
reunião e posterior conversa telefónica com a FENPROF, conforme
relato feito na nossa informação anterior, o Ministro, embora reconhecendo
que a paridade na base entre as carreiras do superior e do não-superior,
resultante do acordo de 96, se encontra quebrada, afirmou textualmente
que "o ME não tem condições de assumir, sem mais, qualquer
espécie de crédito salarial dos docentes, desde 1 de Julho de 2000". Recorda-se
que, desde essa data, nas carreiras do ensino superior, universitário
e politécnico, e na carreira de investigação, a entrada se encontra
3,3% abaixo da do ensino básico e secundário. O Governo está assim
a violar o acordo que assinou com em 1996. A partir de 1 de Outubro
próximo, essa diferença crescerá para 5%. O Ministro, pressionado pela PRC para explicitar melhor a sua posição, em termos do compromisso que poderia assumir, afirmou ainda que "o ME está obrigado a trabalhar em conjunto com as organizações sindicais no sentido de definir como se colocará a posição relativa entre os dois grupos profissionais" (docentes do superior e do não- -superior). O Ministro, com esta afirmação, mostra que não aceita já a validade do acordo firmado em 1996 e pretende revê-lo, sem querer dizer quando o fará, nem como o fará. Com
esta nova e grave situação, está comprometida a confiança indispensável
a qualquer tipo de negociações. A
PRC reuniu de imediato e decidiu iniciar a mobilização para forçar
o Governo a aceitar a validade do acordo de 1996 e para garantir
que os novos estatutos de carreira, para o universitário e para
o politécnico, representem uma melhoria da situação profissional
dos docentes e dos factores de qualidade com ela relacionados. A
PRC decidiu agir já, mesmo antes da próxima reunião com o ME, a
6 de Abril, prevista para a negociação do ECDU. Foi assim marcado
um encontro de dirigentes e activistas sindicais para 5 de Abril,
5ª feira, às 14h30, na Sala de Mestrados da Faculdade de Letras
da Universidade de Lisboa, destinado a discutir o actual momento
de relacionamento com o ME, no que respeita a salários e a carreiras,
e para preparar acções adequadas à gravidade dos assuntos em causa. Entretanto,
deve continuar a acção de assinatura dos abaixo-assinados que estão
a ser promovidos pela FENPROF e pelo SNESup, como forma de aumentar
a pressão sobre o ME. À
custa de muita luta, a desvalorização relativa que existia em 1995
foi reconhecida e atenuada, ao longo de 4 anos, pelo primeiro Governo
do Eng.º António Guterres. O actual Ministro da Educação, violando
o espírito e a letra do acordo de 96 avalizado pelo mesmo Primeiro
Ministro, pretende já este ano que seja perdido um quarto dessa
recuperação. Não
podemos aceitar isto! Cordiais
Saudações Académicas e Sindicais, O Departamento do Ensino Superior da FENPROF João Cunha Serra |