CI — Manifestação contra a precariedade une trabalhadores científicos
11 de maio de 2023
Dia 16 de maio, Dia Nacional do Cientista, todo o setor do Ensino Superior e Ciência, público e privado, vai estar em protesto contra a persistência da precariedade na Ciência e do contínuo desinvestimento do governo no Ensino Superior e no Sistema Científico e Tecnológico Nacional.
Ver artigo sobre a manifestação e inscrições
Em conferência de imprensa conjunta com a Fenprof e a FNSTFPS, em representação de todas as entidades organizadoras, Bárbara Carvalho, presidente da Associação dos Bolseiros de Investigação Científica, apresentou aos jornalistas as principais reivindicações que levam docentes, investigadores e todos os trabalhadores científicos a protestar a 16 de maio em Lisboa.
Paulo Granjo, dirigente do Departamento do Ensino Superior e Investigação da Fenprof, deixou o alerta para uma situação de emergência que importa resolver no imediato: a ameaça de despedimento generalizado de quase 3 mil investigadores ao longo dos próximos anos, se não forem lançados os concursos de carreira necessários ao desempenho das suas funções.
Mais um motivo para que docentes, investigadores e todos os trabalhadores científicos adiram ao protesto a 16 de maio em Lisboa. Para permitir a participação na manifestação, a Fenprof emitiu um pré-aviso de greve.
Artur Sequeira, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, recordou que a carreira de investigação científica existe, mas não está a ser aplicada. É necessário que o governo assuma claramente a necessidade de investimento na área da Ciência, designadamente nos Laboratórios do Estado, para que estes possam cumprir o seu papel constitucional de contribuir para o desenvolvimento económico do país.
Prova da transversalidade das reivindicações destes trabalhadores e da urgência na resolução dos problemas identificados, é o facto de esta iniciativa ser promovida conjuntamente por uma série de organizações de várias áreas da Ciência e do Ensino Superior: a Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC), a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), em conjunto com os Investigadores da FCUL, a LUPA - LAQV & UCIBIO Postdoctoral Association, a ITQB Post Doctoral Association, o Núcleo de Investigadores do Instituto Superior Técnico (NInTec), o Núcleo de Bolseir@s, Investigador@s e Gestor@s de Ciência da NOVA FCSH, o Núcleo de Investigadores do ISCTE e a Rede de Investigadores Contra a Precariedade Científica.
Mas, além das entidades organizadoras, a manifestação contra a precariedade na Ciência já recebeu o apoio de várias outras estruturas representativas do setor, como o Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), a Associação de Combate à Precariedade - Precários Inflexíveis, a Organização dos Trabalhadores Científicos (OTC), o Comité de Pós-docs do Instituto Gulbenkian de Ciência e a Universidade Comum.
Manifestação contra a precariedade na Ciência
Conferência de Imprensa
Lisboa | Sede da Fenprof | 11 de maio (quinta-feira) | 10h30
Com Paulo Granjo (Fenprof), Artur Sequeira (FNSTFPS) e Bárbara Carvalho (ABIC)
Objetivos da manifestação:
- Reforço do financiamento atual para o emprego científico de doutorados
- Garantia de um mecanismo permanente de financiamento para a contratação para a carreira de investigação científica
- Revogação do Estatuto do Bolseiro de Investigação e a substituição de todas as bolsas por contratos de trabalho
- Contratação sem termo dos trabalhadores científicos que exercem funções de carácter permanente
- Contratação sem termo dos “falsos” docentes convidados
- Fim do subfinanciamento crónico das instituições de ensino superior e de ciência
- Resolução dos problemas criados pelo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior