Ranking das escolas — A grande mentira! (2020)
27 de junho de 2020
Este ano, o dia da grande mentira nacional em educação comemora-se no dia seguinte ao encerramento do ano letivo. Fenprof volta a saudar todos os professores e professoras.
Foram, hoje (desta vez, mais de três meses depois do que tem sido hábito e no dia seguinte ao encerramento de um ano letivo que exigiu um grande esforço aos professores), divulgados os chamados rankings das escolas, que, como a Fenprof tem afirmado, constituem uma mentira de periodicidade anual, que os atuais governantes dizem desvalorizar, mas continuam a viabilizar. Sobre os rankings, a Fenprof nada tem a acrescentar ao que sempre afirmou, assinalando, mais uma vez, que, essencialmente, estes se destinam a alimentar o negócio na educação, através da promoção do ensino privado, comparando o incomparável, numa concorrência desleal com o ensino público de que alguma comunicação social se aproveita para ganhar uns milhares de publicidade aos supostamente ‘melhores’ colégios privados.
Aproveita a Fenprof para saudar todos os professores e professoras que, apesar das difíceis condições de trabalho que existem nas escolas, não baixam os braços e lutam, todos os dias, para que os alunos tenham sucesso, não apenas escolar, mas, principalmente, educativo. Este ano, à costumeira falta de condições, aos horários desregulados, sobredimensionamento das turmas, falta de apoios adequados para os alunos, entre outras, juntou-se o ensino a distância que exigiu esforços ainda maiores, sem que a tutela estivesse à altura do que se exigiu aos profissionais.
São estes professores e professoras que, num país que mantém um elevadíssimo índice de pobreza, neste momento agravado pelas razões que se conhecem, e que se tem confrontado com políticas educativas adversas à boa organização e funcionamento das escolas (por exemplo, a dois meses do início, ainda não se conhecem as regras para o ano escolar de 2020/2021), têm conseguido aumentar as taxas de sucesso escolar, reduzido o abandono e desenvolvido projetos que vão ao encontro das necessidades dos alunos.
São estes professores e professoras que merecem o louvor e continuam a orgulhar e a dar força à sua maior e mais representativa organização sindical, a Fenprof; são estes professores que se mantêm no topo do ranking de confiança dos portugueses.
No entanto, também são estes mesmos professores e professoras que continuam a ser desrespeitados por um governo que lhes apaga anos de vida profissional, impede uma aposentação justa e faz vista grossa ao envelhecimento da profissão, que abusa da precariedade laboral e que sobrecarrega os tempos de trabalho, impondo horários que lhes extremam o desgaste físico, psíquico e psicológico.
Neste dia nacional da grande mentira da educação, com a publicação de rankings, a Fenprof reafirma que os professores e as professoras não desistirão e continuarão a lutar para serem respeitados pelo governo e por quem este escolheu para o ministério do setor.