Novo recorde no número de aposentações docentes

08 de agosto de 2024

Já é conhecido o número de docentes que se vão aposentar no mês de setembro — 460. Novo recorde mensal do ano! Tudo junto, a um trimestre do final do ano de 2024, são 2755 os educadores e os professores aposentados. A manter a tendência, aponta-se para cerca de 5000 docentes a menos no final de dezembro (número que a Fenprof assinalava no primeiro trimestre).

Depois dos 3500 docentes que se aposentaram em 2023, este ano o número vai subir significativamente. E as previsões indicam que, até 2030, sairão para a aposentação 34 500 educadores e professores. Caso se mantenha, no último trimestre um valor acima das quatro centenas, ficará clara a falta de ambição e do foco errado do Plano +Aulas +Sucesso. Um plano que não aposta na recuperação dos 14 500 docentes que abandonaram a profissão nos últimos seis anos, criando medidas de apoio (habitação e transporte) aos professores deslocados de suas casas. Aposta, sim, na recuperação de aposentados e na manutenção dos aposentáveis. Desta forma, o plano em causa corre o risco de falhar redondamente as metas traçadas.

A saída de milhares de docentes do sistema, sem o correspondente número de entradas, vai traduzir-se no agravamento do problema da falta de professores. E aquela que parece ser a única resposta do Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), o uso e abuso na atribuição de horas extraordinárias, terá como consequência um maior desgaste nos profissionais, já de si desgastados. Fácil será de antever que tal atitude contribuirá para uma maior aceleração nas saídas. 

Este é o resultado de duas décadas de políticas educativas de desvalorização da profissão, do seu exercício e da carreira docente. É, também, sinal de que as medidas positivas já tomadas são manifestamente insuficientes para inverter a situação da escassez de professores. A Fenprof insiste que não é assim que se resolve, tampouco se mitiga, o problema da falta de professores!

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