1 de Maio de 1982 — «Não esqueceremos!»

2 de maio de 2022

40 anos depois, CGTP-IN lembra os acontecimentos da noite de 30 de abril, no Porto.

1.º de Maio de 1982: contra a repressão, pela liberdade, pelas conquistas de Abril


1.º de Maio de 1982: luto, solidariedade e protesto contra a repressão

Há quarenta anos, o 1.º de Maio fazia-se de luto e de solidariedade. Dois trabalhadores foram assassinados e dezenas ficaram feridos em resultado da carga policial ocorrida no Porto, na noite de 30 de Abril e na madrugada do 1.º de Maio de 1982. 

A investida policial ocorreu quando os trabalhadores manifestavam a sua indignação contra a proibição, por parte do governador civil, de que a União dos Sindicatos do Porto/CGTP-IN festejasse o Dia Internacional dos Trabalhadores na praça Humberto Delgado, «[…] o mesmo local onde durante as condições do fascismo, sempre sob repressão, tal direito fora concretizado dezenas de vezes pelos trabalhadores da cidade, e onde foi realizado o 1.º de Maio de 1974 e seguintes, organizados pela CGTP-IN, depois do 25 de Abril.» (Nunes, 2016, 122).

As celebrações do 1.º de Maio desse ano, nas 64 cidades e localidades em que se realizaram, mas sobretudo no Porto, contaram com uma enorme adesão dos trabalhadores, que expressavam o seu luto e solidariedade com as vítimas da violência. Como forma de protesto contra a repressão exercida sobre os trabalhadores, a CGTP-IN convocou, neste mesmo dia, uma greve geral para 11 de Maio «[…] em defesa das liberdades, pela demissão do governo [que ocorreria a 9 de Junho de 1983], a dissolução da polícia de intervenção, a defesa das conquistas de Abril e contra o aumento do custo de vida […].» (Cartaxo, 2021, 159). Seria a segunda greve geral após o 25 de Abril, poucos meses após a primeira, realizada a 12 de Fevereiro de 1982.


1.º de Maio 82 - um poema em memória das vítimas

Em 1984, evocando os trágicos acontecimentos de maio de 1982 e a memória das vítimas, a Comissão de Trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, EP, publicou, no seu boletim Roda do Leme de março/abril, o poema intitulado 1.º de Maio 82, cuja autoria não foi possível identificar:

 

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