Jorge Sampaio (1939-2021)
10 de setembro de 2021
Antifascista e inequívoco defensor da democracia política e social, Jorge Sampaio exerceu as funções presidenciais, nos dois mandatos para que foi eleito pelos portugueses, num profundo respeito pela Constituição da República Portuguesa. E terá sido essa a razão por que, em 2004, vetou uma lei que, a ter sido promulgada, iria eliminar a Lei de Bases do Sistema Educativo e, dessa forma, constituiria um sério revés para com a Escola Pública. [“Jorge Sampaio, o Presidente que não hesitou em defender a Escola Pública” (Fenprof)]
Presidente da República, entre 1996 e 2006, Jorge Fernando Branco de Sampaio desde cedo registou presença em movimentos de resistência à ditadura, primeiro na contestação estudantil, depois na defesa dos presos políticos, chegando a candidatar-se às eleições para a Assembleia Nacional (integrando as listas da Comissão Democrática Eleitoral).
Impulsionador do Movimento de Esquerda Socialista (MES), militante do Partido Socialista (PS), do qual chegou a secretário-geral, deputado, membro da Comissão Europeia para os Direitos Humanos, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Presidente da República, teve, ainda, um papel importante para a tomada de consciência da causa pela Independência de Timor-Leste. Após a presidência foi Enviado Especial para a Luta contra a Tuberculose e Alto Representante da ONU para a Aliança das Civilizações, para além de promotor da Comissão Global para a Política de Drogas. Mais recentemente, presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios.
Licenciado em Direito, recebeu o grau de doutor Honoris Causa da Universidade de Coimbra e foi distinguido com o doutoramento Honoris Causa pela Universidade do Porto.
Foi agraciado com várias condecorações e recebeu diversas distinções nacionais e estrangeiras, nomeadamente o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste, o Grande-Colar da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito e o Grande-Colar da Ordem da Liberdade.