Fenprof demarca-se de quem usa o insulto e o populismo
11 de junho de 2023
Fenprof demarca-se de quem, também na luta, usa o insulto e o populismo como armas. Os educadores e os professores marcaram presença no Peso da Régua (10/jun) exigindo RESPEITO.
Cerca de duas centenas de educadores e professores estiveram presentes nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades (10/jun), no Peso da Régua, recordando que em Portugal há um grave problema de falta de docentes nas escolas. Essa crescente falta de professores deve-se à desvalorização a que a profissão tem sido sujeita, perdendo atratividade junto dos jovens, o que tem levado milhares a abandonarem-na e outros, ainda mais jovens, a não optarem por ela.
Os educadores e os professores presentes exibiram cartazes exigindo "Respeito" e t-shirts em que constava uma referência aos 6A 6M 23D de trabalho que faltam recuperar. Respeito:
- pela sua carreira e pelo tempo de serviço que cumpriram e não lhes é contado;
- por quem tem o direito a ingressar num quadro sem que tal se traduza no desterro;
- pelos docentes com doenças incapacitantes a quem é rejeitada a aproximação à área de residência e/ou tratamento;
- por condições de trabalho adequadas, designadamente horários que não podem ultrapassar os limites que a lei estabelece...
Respeito que não lhes é devido, quando o governo deixa arrastar problemas, alguns há muitos anos.
Da parte do primeiro-ministro apenas se ouviu dizer o habitual: que foi quem descongelou a carreira, afirmação que parece querer dizer que manter as carreiras congeladas é normal e descongelá-las algo de extraordinário. O que é negativo é que os docentes progridam para escalões muito abaixo daquele em que já deveriam estar e que quem exerce atividade no continente seja discriminado em relação aos colegas dos Açores e Madeira.
Os presentes respeitaram as comemorações da efeméride tendo sido saudados por muitas pessoas que lhes desejavam força para continuarem a sua luta. Foram também cumprimentados pelo Presidente da República que garantiu que se irá manter atento à situação que se vive na Educação, admitindo a realização de uma reunião para breve.
A Fenprof saúda, naturalmente, os educadores e os professores que estiveram presentes nesta ação, também pela forma civilizada e respeitadora com que se mantiveram ao longo das três horas que durou o evento.
E demarca-se do insulto e do populismo, como o que aconteceu a meio da cerimónia. No local em que a Fenprof se encontrava, surgiu um grupo de docentes (cerca de uma dezena envergando t-shirts com caricaturas de mau gosto de Marcelo Rebelo de Sousa e de João Costa e empunhando cartazes com a imagem distorcida de António Costa, tendo este um lápis espetado em cada olho. Mais tarde, esse grupo seguiu o primeiro-ministro durante largos minutos. A Fenprof demarca-se daquelas imagens, considerando que para se exigir respeito é necessário saber respeitar! Se a lutar também se está a ensinar, não se podem usar como armas o insulto e populismo. Imagens como as que foram exibidas não dignificam os educadores e os professores e a sua justa luta.
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