ECIC — Discussão avança na AR (20/dez)

23 de dezembro de 2024

Hoje (20/dez), forM discutidas e votadas na Assembleia da República (AR) as iniciativas legislativas do governo, PS e BE com vista à aprovação de um novo Estatuto da Carreira de Investigação Científica (ECIC), a par de uma outra do PCP que visa a integração na carreira de investigação científica dos doutorados com vínculos precários há mais de três anos. Em resultado das votações, as três primeiras baixaram à Comissão de Educação e Ciência (CEC) para discussão na especialidade. A proposta do PCP foi rejeitada.

Nesta fase de revisão do ECIC, a Fenprof reclama que algumas das suas propostas possam ser acolhidas e, assim, se consiga um ECIC renovado que impulsione o ressuscitar da carreira de investigação científica, dignificando e valorizando o trabalho realizado pelos investigadores e pondo cobro à enorme precariedade laboral que afeta a generalidade destes trabalhadores.

Em particular, a Fenprof reivindica que o articulado que vier a ser aprovado na AR,

  • inclua um regime transitório que integre na carreira os investigadores doutorados que acumulam longos percursos laborais de investigação, realizados sob contratos de trabalho a termo ou contratos de bolsa, em instituições de ensino superior ou Ciência públicas, ou nas instituições privadas sem fins lucrativos (IPSFL) por estas geridas ou participadas, sendo essa integração consumada em lugares de carreira nas instituições públicas onde as funções são exercidas ou nas instituições públicas que tutelam as IPSFL onde as funções são exercidas;
  • preveja regras mais justas e efetivas para a progressão salarial decorrente da avaliação do desempenho, que não repliquem os vícios dos mecanismos usados no Estatuto da Carreira Docente Universitária (ECDU) e no Estatuto da Carreira do Pessoal Docente do Ensino Superior Politécnico (ECPDESP) e, no caso particular das progressões obrigatórias, não aportem a discriminação injustificada relativamente aos demais trabalhadores da Administração Pública;
  • não contenha normas que obriguem os investigadores a lecionar aulas contra a sua vontade, conforme acontece nos projetos do governo e do PS;
  • assegure que a possibilidade de mobilidade intercarreiras seja feita somente a pedido do trabalhador, seja ele investigador ou docente, mediante uma escolha voluntária, livre e com possibilidade de consolidação dessa mobilidade, incluindo entre diferentes instituições públicas, como acontece nas demais carreiras da Administração Pública.

Os detalhes das propostas apresentadas pela Fenprof ao governo e aos vários grupos parlamentares, nas reuniões realizadas nos últimos meses, estão vertidos em quatro pareceres remetidos ao governo e à CEC/AR:

A Fenprof, juntamente com os investigadores, os docentes do ensino superior e demais trabalhadores científicos, continuará ativamente empenhada na construção de um novo e melhor ECIC a bem dos investigadores, da Ciência e do nosso País!

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