Moção 
        de estratégia aprovada pelo  
        Conselho Nacional da FENPROF
      27 
        e 28 de Junho de 2002 
      I 
        - BREVES TRAÇOS DA SITUAÇÃO POLÍTICO-SOCIAL  
      1. 
         
      O 
        breve encontro do novo Governo com o país, num período inferior a um trimestre, 
        tem-se revestido de uma conflitualidade inusitada se atendermos ao tempo 
        de governação. Todavia, se tivermos em conta as medidas políticas tomadas 
        e anunciadas outra coisa não poderiam fazer os trabalhadores portugueses 
        que não fosse descer às ruas, numa formidável prova de força, unidade 
        e determinação, a contestar a(s) política(s) do Governo quer para o sector 
        público quer para o sector privado.  
      A 
        jornada de luta da Administração Pública, no passado dia 7 de Junho e 
        da CGTP-IN em 20 de Junho, que juntaram dezenas de milhar de trabalhadores 
        num coro de inequívoco e inabalável protesto são a garantia de que o Governo 
        não encontrará terreno mole para semear a sua brutal e iníqua política 
        ao serviço do mais desumano neoliberalismo. Apesar da particularidade 
        e complexidade de que se reveste este período do ano para os docentes, 
        estes contribuíram quantitativa e qualitativamente para a eficaz resposta 
        colectiva dada naquelas duas primeiras jornadas de luta.  
      Na 
        área da educação é imperioso assinalar a muito significativa vitória do 
        Sindicato dos Professores no Estrangeiro/FENPROF na sua luta firme e coesa 
        contra um Governo que se preparava para tripudiar sobre os princípios 
        constitucionais e lesar gravemente as expectativas dos professores oponentes 
        ao concurso para colocação de docentes portugueses a leccionar no estrangeiro 
        para o quadriénio 2002/2006.  
      A 
        coragem político-sindical manifestada pelo SPE/FENPROF ao manter a greve, 
        mesmo após o seu levantamento por parte da FNE, até o Ministério da Educação 
        recuar nos seus ilegítimos e ilegais propósitos de desrespeitar as regras 
        daquele concurso, mostra o caminho que é necessário trilhar contra um 
        Governo em que abunda a prepotência, a arrogância e a iniquidade. Mostra 
        ainda, e é necessário assinalá-lo, que vale a pena lutar e que "derrotas 
        só existem aquelas que se aceitam".  
      O 
        Conselho Nacional da FENPROF considera que ou o Governo introduz significativas 
        alterações no seu modo de governar e nas políticas que apresenta ou o 
        país continuará a viver numa terrível tensão social, esmaltada de frequentes 
        lutas. Tudo porque o Governo mantém o seu juízo político de que o país 
        atravessa uma gravíssima conjuntura económica que exige medidas de grande 
        contenção salarial, impiedosos cortes nas despesas com políticas sociais 
        e cerceamento dos direitos dos trabalhadores, apoiado numa reaccionária 
        revisão das leis laborais. Toda uma política que pode e com certeza atingirá 
        os educadores e professores, sejam contratados, pertençam aos quadros 
        ou se encontrem já aposentados.  
      As 
        cúpulas do patronato vão alimentando este Governo, do seu mais doce afecto 
        político, com apreciações à legislação laboral, considerando que é "retrógrada, 
        proteccionista, e só serve os interesses dos incompetentes". Bagão 
        Félix afirma, entretanto, que a nova legislação deve visar o aumento da 
        produtividade nacional. Por seu lado, o presidente da Associação Nacional 
        dos Jovens Empresários defende a criação "de um novo conceito de 
        despedimento por justa causa" e candidamente acrescenta "não 
        é que se queira (...) reformar a legislação laboral para se poder despedir 
        mais". Em sua opinião "o que os empresários querem é condições 
        para poderem ter nas suas empresas os melhores" ao contrário do que 
        dizem acontecer actualmente. Acrescenta ainda que há muitos trabalhadores 
        "que se sentissem que a garantia do seu posto de trabalho dependia 
        da sua vontade de trabalhar, provavelmente teriam outra postura". 
         
            Este 
        juízo de que os trabalhadores é que não prestam, os funcionários públicos 
        são maus, os docentes são incompetentes circula com uma grande intensidade 
        entre o pólo Governo, o pólo grande patronato e o pólo grandes grupos 
        económico-financeiros. Aliás, o empresário citado considera que Portugal 
        tem uma das legislações laborais mais "retrógradas" da Europa, 
        protegendo "a todo o custo o direito do trabalhador", por isso 
        defende uma revisão "urgente" desta legislação que "apenas 
        serve os interesses dos mais incompetentes e daqueles que não querem acompanhar 
        o ritmo dos tempos". O presidente da Confederação do Comércio e Serviços 
        de Portugal segue o mesmo trilho afirmando que "é indispensável rever 
        a legislação laboral, sobretudo no sentido de uma maior flexibilidade, 
        mobilidade e organização do tempo de trabalho". Segundo o presidente 
        da Confederação da Indústria Portuguesa a legislação existente é demasiado 
        "proteccionista" e "foi feita há mais de 20 anos, numa 
        época revolucionária, e está muito contaminada por influências e por correcções 
        mal feitas".  
      Estamos 
        perante um pensamento de conteúdo simplista e de simples descodificação 
        - o país vive uma grave crise de que os trabalhadores e a legislação laboral 
        são os principais culpados. O Governo promete resolvê-la através da tomada 
        de medidas drásticas que devolverão o sossego e o equilíbrio à sociedade 
        portuguesa.  
      É, 
        aliás, seguindo a mesma linha de pensamento que o Governo não esconde 
        a sua intenção de privatizar; privatizar (sob a capa de aliviar o Estado 
        e comprometer mais a sociedade) em vários níveis de serviço público, nomeadamente 
        na Educação, Saúde e Segurança Social. Esta é uma opção ideológica do 
        Governo que serve ao capital e não aos cidadãos, os quais serão, a concretizar-se, 
        duplamente penalizados.  
      2. 
         
               Todavia, 
        as medidas que o Governo tem tomado e vem anunciando só agravam a situação 
        social como é o caso da subida da inflação, que o aumento do IVA mais 
        vem acentuar. Tal aumento é economicamente errado e socialmente injusto, 
        tanto mais que o peso dos impostos recairá ainda mais sobre o consumidor 
        e não sobre os rendimentos e a riqueza. Além do mais, esta subida do IVA 
        de 17% para 19% acontece em Portugal, um dos países em que é mais elevada 
        a carga de tributação indirecta no total das receitas fiscais.  
            Por 
        outro lado, existe o risco de se criar  uma espiral inflacionista com 
        graves efeitos para a economia e para o nível de vida dos trabalhadores 
        com mais baixos rendimentos. O Governo aliás já subiu a previsão da inflação 
        para 3,3% a 3,6%, valores que já se situam acima do aumento salarial verificado 
        na Administração Pública. Isto significa que o Governo não tem qualquer 
        pudor em pôr a conflituar, dramaticamente, uma política de aumento de 
        impostos perante uma política de moderação salarial.  
            A 
        cedência aos grandes grupos económicos levou o Governo a revogar a tributação 
        sobre as mais valias no mesmo momento em que aumentava os impostos, mostrando, 
        com clareza, a sua opção fiscal a favor de uma minoria que ganha com a 
        especulação bolsista - que usando e abusando de inqualificáveis manipulações 
        se subtrai ao pagamento de impostos sobre a riqueza e o património - e 
        contra a maioria da população que são os consumidores que pagam o IVA, 
        principalmente contra aqueles de parcos rendimentos que vêem quase tudo 
        o que ganham ser absorvido pelas obrigatórias despesas quotidianas.  
            Estamos, 
        portanto, perante um sistema fiscal que se torna ainda mais injusto do 
        ponto de vista social, gerando uma realidade em que existem rendimentos 
        que escapam a qualquer tributação, empresas que sistematicamente não pagam 
        IRC, camadas sociais de elevados rendimentos que pagam menos que a maioria 
        dos trabalhadores assalariados, ou seja, criando uma realidade atravessada 
        pela mais revoltante iniquidade.  
            Porém, 
        o Governo PSD/PP teima em vender a falsa ideia de que a crise que o país 
        atravessa se deve a um despesismo exagerado do Estado e a aumentos salariais 
        incomportáveis, apesar de se saber que a fraude e a evasão fiscais são 
        avaliadas em 7% do PIB enquanto o défice público, que é tão veementemente 
        criticado, não atinge os 3% do produto interno bruto.  
            É 
        necessário ainda denunciar que o Governo pretende iludir a população desprevenida 
        com falsas contrapartidas positivas aos pesados encargos que lhe impõe 
        com o aumento do IVA. E perguntar também por que razão o Governo não avança 
        com o estabelecimento de indicadores fiáveis para a estimação da receita 
        sobre que incidiriam os impostos dos profissionais liberais ou das empresas 
        em nome individual; ou não desenvolve a aplicação de métodos indiciários 
        que permitiriam a tributação por rendimentos presumidos de muitos dos 
        contribuintes que não pagam impostos; ou, finalmente, não promove a fiscalização 
        dos contribuintes naqueles sectores de actividade em que a evasão e a 
        fraude são mais evidentes? Talvez porque o Governo seja como o lacrau 
        e não possa contrariar a sua natureza. Dito de outro modo: porque tal 
        política não se coaduna com um Governo de direita.  
      3. 
         
               É 
        neste quadro de desenvolvimento de uma desastrosa política social que 
        os trabalhadores da Administração Pública e, designadamente, os educadores 
        e professores se vêem a braços com uma situação sócio-profissional extremamente 
        preocupante que está a causar, em muitas escolas, climas de incontornável 
        angústia.  
            Muitos 
        docentes ganharam a convicção de que este Governo confunde maioria absoluta 
        na Assembleia da República com o exercício de um poder absoluto que se 
        tem vindo a caracterizar pela prepotência das decisões, tomadas sem uma 
        prévia negociação com as entidades legitimadas para isso. De outro ângulo, 
        constatam que ainda não surgiram medidas, na área da educação, que permitam 
        reconhecer que se estão a dar passos positivos na melhoria da qualidade 
        do ensino mas, ao invés, temem que a escola pública de qualidade esteja 
        a ser ameaçada com decisões e anúncio de decisões cuja substância política 
        é a da poupança. Isto é, podemos vir a confrontar-nos com uma política 
        educativa marcadamente caracterizada por ditames economicistas, muito 
        mais do que por objectivos que visem uma efectiva melhoria do sistema 
        educativo. Efectivamente, a presunção é profundamente legítima porque 
        tudo vem sendo anunciado sem a explicitação das estratégias, sem a definição 
        de objectivos e finalidades, sem as contrapartidas para obviar a aspectos 
        negativos gerados pelas medidas anunciadas, sem que se mostrem as melhorias 
        a operar na qualidade do ensino e das aprendizagens.  
            O 
        Governo anunciou a apresentação à Assembleia da República de uma Proposta 
        de Lei que tem como objecto o sistema de avaliação da educação e do ensino 
        não superior, abrangendo a educação pré-escolar, os ensinos básico e secundário, 
        as modalidades especiais de educação e a educação extra-escolar.  
            A 
        FENPROF reconhece a necessidade e as vantagens que podem advir de um sistema 
        estruturado de avaliação, assente sobretudo na auto-avaliação das escolas 
        sem prejuízo da intervenção de "elementos externos" no processo. 
        Mas a FENPROF considera indispensável que sejam garantidas a independência 
        e as condições de trabalho à I. G. E., ao C. N. de Educação e ao C. N. 
        de Avaliação Ensino Superior, organismos fundamentais na avaliação do 
        sistema. Considera especialmente importante que, desde o início, a avaliação 
        proposta não seja transformada num ataque aos direitos dos docentes e 
        das escolas; finalmente a FENPROF exige, para credibilizar o próprio processo 
        de avaliação, que dele não resulte publicação de eventuais "rankings" 
        de escolas, filosofia injusta, irracional e com efeitos nefastos no sistema 
        educativo.  
            Toda 
        a gente sabe que, em política, ter capacidade de decisão e realização 
        é fundamental, mas a realidade educativa é demasiado complexa para que 
        alguém possa decidir unilateralmente orientado apenas por uma das faces 
        do prisma. À FENPROF e aos professores vem parecendo que a linha estratégica 
        fundamental do Governo é aliviar os custos da educação também à custa 
        da estabilidade de emprego e profissional dos docentes. É, no fundo, a 
        política neoliberal deste Governo a lançar os seus tentáculos até ao mundo 
        da educação.  
            Pode 
        o Ministro da Educação referir que o "congelamento" de admissões 
        na Administração Pública não se aplica às escolas mas essa não é uma garantia 
        assumida pelo Governo uma vez que compete à Ministra das Finanças decidir 
        sobre as situações excepcionais, de acordo com a Resolução aprovada pelo 
        Conselho de Ministros.  
            Mas, 
        para além do emprego, são também os direitos dos professores e educadores 
        já pertencentes aos quadros que neste momento estão em causa.  
      4. 
         
               Uma 
        perspectiva integrada, consistente e lúcida das políticas globais de direita, 
        dos seus efeitos negativos no que concerne ao conjunto das relações de 
        trabalho e aos direitos dos trabalhadores, é hoje mais decisiva que nunca 
        para o movimento sindical português, considerado na sua especialidade 
        organizativa ou na sua globalidade.  
            Tal 
        perspectiva é válida também quando pensamos os problemas para além do 
        plano nacional. Vivem-se hoje tempos novos, em que assistimos já às primeiras 
        tentativas de lutas coordenadas no plano internacional, mais concretamente 
        no plano europeu, correspondendo esta nova atitude à necessidade de globalizar 
        esforços do lado dos trabalhadores para melhor enfrentar a globalização 
        neoliberal que campeia pela maioria dos países, dos diferentes continentes, 
        controlada pelo grande capital que há muito soube concertar políticas 
        para melhor atingir os seus objectivos.  
            Em 
        Portugal, perante um Governo de direita de cara destapada, sem grandes 
        preocupações de ocultar os seus desígnios e a sua própria natureza, detecta-se, 
        no recrudescer das lutas recentemente desenvolvidas, com uma significativa 
        participação de jovens trabalhadores, esta percepção, de que é necessário 
        lutar, com os outros e não apenas só por si, sentimento este que resulta 
        quer da consciência individual quer da consciência colectiva dos trabalhadores 
        chamados à luta em vários momentos e em diferentes contextos.  
            Na 
        Região Autónoma da Madeira a atitude do Governo Regional está hoje bem 
        identificada com a que, no plano nacional, é assumida pelo actual Governo. 
        Mas também na Região Autónoma dos Açores, apesar da diferente natureza 
        política do Governo Regional, muitas das suas atitudes e propostas, bem 
        como a relação institucional que estabelece com os parceiros, são coincidentes 
        com a prática governativa nacional.  
            Quando 
        se ataca tão fortemente o direito ao emprego dos trabalhadores da administração 
        pública, como está a fazer o Governo de Durão Barroso/Manuela Ferreira 
        Leite, quando se pretende fazer poupança à custa da qualidade dos serviços 
        e da estabilidade profissional de milhares de trabalhadores, estamos perante 
        uma ofensiva dirigida a todos, professores, trabalhadores não docentes 
        das escolas, enfermeiros, funcionários administrativos em geral, a todos, 
        variando apenas os contornos dos processos pelos quais se procura levar 
        a cabo um massivo despedimento colectivo.  
            Quando 
        se pretende fazer poupança à custa do encerramento do Ensino Recorrente 
        nocturno em dezenas de escolas, cerceando a possibilidade de milhares 
        de estudantes trabalhadores poderem continuar/concluir os seus estudos, 
        estamos perante um perigoso recuo na política de educação de adultos em 
        Portugal, contrariando todas as perspectivas europeias de educação e formação 
        ao longo da vida.  
                Aos 
        professores e educadores não pode passar despercebido o drama vivido pelos 
        seus colegas contratados empurrados para o desemprego, após vários anos 
        a servir um sistema que apenas os usou como "mão-de-obra" qualificada 
        e barata, assim como não podem ficar indiferentes perante a cessação de 
        contratos, e consequente desemprego, de tantos funcionários que asseguram 
        nas escolas necessidades permanentes dos seus vários serviços e cujos 
        direitos devem ser defendidos por todos os que nelas trabalham.  
            Esta 
        visão ampla dos problemas, aliada a uma perspectiva solidária de enfrentar 
        os grandes perigos colocados por esta política de direita, levaram recentemente 
        a FENPROF e os seus Sindicatos a um envolvimento activo nas jornadas de 
        luta dos dias 7 e 20 deste mês de Junho, contribuindo para que a manifestação 
        nacional da Administração Pública se constituísse numa das mais fortes 
        e combativas movimentações dos trabalhadores deste sector, desde há muitos 
        anos e garantindo também, pela sua presença e empenhamento, que a Jornada 
        Nacional de Luta levada a cabo em todo o país pela CGTP-IN no passado 
        dia 20 registasse a forte mobilização de trabalhadores verificada em todo 
        o país.  
            O 
        Conselho Nacional da FENPROF avalia estes momentos de acção unitária não 
        como casos isolados ou de intervenção pontual mas, pelo contrário, como 
        uma linha de actuação que há que desenvolver no futuro procurando sempre 
        a conciliação dos interesses dos trabalhadores que representa - e que, 
        eventualmente, exigirão momentos de luta autónomos - com os dos restantes 
        trabalhadores, sempre que esteja em causa a necessidade de assumir respostas 
        globais a políticas gerais que persigam a violação dos direitos ou a penalização 
        dos trabalhadores por uma crise para a qual não contribuíram.  
         
      II - ACÇÃO E LUTA DOS 
        PROFESSORES  
      1. 
         
                Face 
        a uma política de direita, caracterizada no capítulo anterior, e aos perigos 
        que tal representa para a escola pública, que se quer como centro de toda 
        a estrutura do sistema educativo - sem prejuízo do "espaço" 
        que nele se prevê para o ensino privado e cooperativo - todos eles submetidos 
        a uma exigência de qualidade que a democracia exige - põem-se à FENPROF 
        particulares responsabilidades e acrescidas exigências na acção e nas 
        lutas para os próximos anos, acções e lutas norteadas pelos supremos objectivos 
        da construção de uma Escola Pública de Qualidade para Todos, pela defesa 
        dos direitos profissionais e laborais dos docentes e na construção de 
        uma imagem social positiva para a profissão docente.  
            Nesse 
        sentido, o Conselho Nacional considera que o Caderno Reivindicativo dos 
        Educadores e Professores Portugueses, aprovado em 26 de Março de 2002, 
        já divulgado e já enviado ao ME, se mantém plenamente actual e deve ser 
        considerado como o guia das acções a desenvolver, em todos os sectores 
        e níveis de ensino. O Conselho Nacional, sem prejuízo do que atrás fica 
        enunciado, chama particular atenção, pela sua natureza estratégica e estruturante, 
        para os objectivos reivindicativos, enunciados no ponto seguinte, que 
        se colocam com particular premência.  
      2.       Objectivos Reivindicativos: 
         
      a)    A FENPROF manter-se-á 
        firme no princípio de participação activa, crítica e propositiva em todas 
        as matérias centrais da política educativa, que não prescinde de negociar. 
        Nesse sentido:  
      -       exigirá uma avaliação 
        séria da generalização da reorganização curricular no ensino básico, com 
        a introdução das medidas de correcção adequadas para cuja identificação 
        pretende contribuir activamente;  
      -     lutará por uma 
        reestruturação do ensino secundário, cientifica e pedagogicamente sustentada, 
        definindo com a participação da comunidade educativa:  
      -     o número e qualidade 
        dos cursos gerais e tecnológicos a criar  
      -     um novo modelo 
        de avaliação dos alunos  
      -     um novo regime 
        de acesso ao ensino superior  
      -      combaterá a introdução 
        generalizada de exames nacionais, por entender que a melhoria das práticas 
        pedagógicas não assenta nessa medida, antes exige a melhoria das estratégias 
        de avaliação contínua;  
      -      defenderá a aprovação 
        de um plano que permita combater as situações de indisciplina e violência 
        nas escolas, designadamente através da indispensável alteração do regime 
        disciplinar dos alunos, a criação de melhores condições de trabalho nas 
        escolas e a constituição de equipas multidisciplinares;  
      -      defenderá o desenvolvimento 
        de medidas de avaliação do sistema educativo e das escolas, em especial 
        de mecanismos de avaliação interna e com firme rejeição da constituição 
        de "rankings";  
      -      aprofundará a 
        luta por uma escola inclusiva, que reúna condições para receber e atender 
        às necessidades educativas de todas as crianças e jovens;  
      -      considera necessária 
        uma profunda reorganização da rede escolar, racionalizando recursos e 
        elevando a qualidade das respostas educativas e sociais, num quadro de 
        entendimento e salvaguarda dos interesses de todos os parceiros educativos; 
         
      -      exigirá a clarificação, 
        por parte do Ministério da Educação, do papel do ensino profissional no 
        âmbito do ensino secundário;  
      -      considera indispensável 
        repensar o modelo do ensino recorrente por unidades capitalizáveis e combaterá 
        qualquer tentativa no sentido da sua privatização;  
      -      defenderá a existência 
        de um sistema integrado e diversificado de Ensino Superior assente em 
        formas de gestão e cooperação integradas regionais/locais, com respeito 
        pela individualidade de cada uma das instituições;  
      -      combaterá as propostas 
        de redução da autonomia das instituições de Ensino Superior e de desvalorização 
        do Ensino Superior Politécnico, contidas na proposta de lei de Regime 
        Jurídico de Desenvolvimento e Qualidade do Ensino Superior.  
      b)    A FENPROF continuará 
        a sua luta pela vinculação dos professores e educadores contratados nos 
        termos defendidos no seu Congresso (ingresso nos quadros, dos docentes 
        de habilitação profissional ou própria com 2 ou mais anos de serviço) 
        exigindo desde já a concretização do acordado com o Governo sobre esta 
        matéria. A FENPROF considera urgente a revisão da actual legislação de 
        quadros e concursos e das habilitações para a docência.  
      c)    A FENPROF, no âmbito 
        da negociação sobre quadros e concursos, defenderá a abertura de lugares 
        de quadro nas escolas que correspondam às suas reais necessidades, designadamente 
        no âmbito da Educação e Ensino Especial.  
      d)    A FENPROF defenderá 
        a estabilidade de emprego dos docentes do Ensino Superior Público através 
        da criação de quadros globais de docentes e investigadores que ponham 
        fim aos contratos administrativos de provimento para os docentes na carreira; 
        e o aumento do emprego científico através da criação de postos de trabalho 
        estáveis para investigadores doutorados.  
      e)    A FENPROF considera 
        necessária uma profunda revisão do actual regime de autonomia, direcção 
        e gestão das escolas, matéria a que associa a criação generalizada de 
        Conselhos Locais de Educação, enquanto estruturas descentralizadas da 
        administração ao nível local, a par de uma profunda reestruturação da 
        administração educativa.  
      f)    A FENPROF sublinha 
        a necessidade de exigir o cumprimento integral do ECD exigindo a publicação 
        da legislação ainda necessária para a aplicação de todos os seus artigos, 
        contexto em que a aprovação de incentivos à colocação de docentes em áreas 
        isoladas e/ou desfavorecidas - artº 63º do ECD - se revela particularmente 
        urgente.  
      g)    A FENPROF exige 
        uma profunda revisão da formação inicial e da formação contínua dos docentes, 
        centrada nas práticas pedagógicas, que deve ser adequada às necessidades 
        efectivas dos professores e das escolas, deve conduzir à abolição do sistema 
        de "créditos" como condição de progressão na carreira.  
      h)    A FENPROF reafirma 
        a exigência de criação de condições de acesso à formação complementar 
        para todos os professores e educadores, particularmente para os dos 2º 
        e 3º Ciclos do ensino básico e do ensino secundário e para docentes do 
        ensino particular e cooperativo, para os quais a oferta é praticamente 
        nula, ou que são prejudicados pela inexistência de legislação adequada. 
         
      i)    A FENPROF defenderá 
        a valorização do estatuto profissional dos docentes do ensino particular 
        e cooperativo e das IPSS's, equiparando as suas condições de trabalho, 
        carreira e remunerações aos docentes do ensino público.  
      j)    A FENPROF exigirá 
        medidas de compensação do desgaste físico e psíquico associado ao exercício 
        prolongado da profissão docente, nomeadamente a possibilidade de aposentação 
        com pensão completa a partir dos 30 anos de serviço para todos os professores 
        e educadores.  
      k)    A FENPROF continuará 
        a exigir a aprovação de uma lei de financiamento dos estabelecimentos 
        de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário que estabeleça 
        regras claras, universais e transparentes que suportem com rigor os orçamentos 
        a atribuir às escolas e aos agrupamentos.  
      l)    A FENPROF exigirá 
        a transferência dos Orçamentos Padrão já em 2003 para os estabelecimentos 
        de ensino superior e continuará a lutar pela manutenção da fórmula de 
        financiamento, ainda que revista, condição de garantia de isenção e de 
        equidade no financiamento público das instituições.  
      m)    A FENPROF bater-se-á 
        pela aprovação de uma Carta das Condições de Funcionamento das Escolas, 
        tornando-a uma referência a ter em conta no seu processo de avaliação 
        e na responsabilização do Estado perante elas.  
      n)    A FENPROF continuará 
        a sua luta pela melhoria radical das condições de trabalho e de funcionamento 
        nas escolas do 1º CEB e continuará a aprofundar a reflexão sobre a forma 
        que devem assumir as equipas educativas, de modo a apresentar ao ME uma 
        proposta.  
      o)    A FENPROF continuará 
        a pugnar pela melhoria da qualidade e do sucesso no ensino superior público 
        o que exigirá a aplicação de maiores recursos na actividade de ensino 
        e no acompanhamento dos alunos, e a disponibilização de formação pedagógica 
        para os docentes. A FENPROF continuará a defender a efectiva responsabilização 
        das escolas pelo acesso ao Ensino Superior.  
      p)    A FENPROF reafirma 
        a exigência de aplicação à Educação Pré-Escolar do calendário escolar 
        aprovado para a Educação Básica o que significa a necessária revogação 
        do artigo 6º do Despacho Normativo nº 24/2000.  
      q)    A FENPROF lançará 
        ainda este ano lectivo uma campanha de valorização dos educadores e professores 
        do Ensino Particular e Cooperativo e das IPSS's que seja não só um momento 
        de chamada de atenção da opinião pública para algumas situações de discriminação 
        de que são vítimas estes docentes, mas também um estímulo para a luta 
        em torno dos objectivos definidos para este sector.  
      r)    A FENPROF continuará 
        a agir junto do IDICT no sentido de forçar a entidade patronal a negociar 
        o CCT do ensino particular e cooperativo do ensino superior.  
      s)    A FENPROF manterá 
        a mobilização dos educadores e a pressão pública e institucional sobre 
        s Uniões das IPSS's e das Misericórdias no sentido do cumprimento integral 
        do protocolo de Cooperação assinado com o Governo bem como para a negociação 
        do CCT deste sector que respeite a igualdade de tratamento para todos 
        os educadores.  
      t)    A FENPROF empenhar-se-á 
        na defesa de revisões salariais justas, que defendam o poder de compra 
        dos trabalhadores da administração pública.  
      u)    A FENPROF bater-se-á 
        pela regulamentação e pela revisão negociadas do regime jurídico do ensino 
        português no estrangeiro e os diplomas de concursos, tendo em vista a 
        actualização das tabelas salariais, a definição de um regime de protecção 
        social justo e equitativo, a redefinição da rede e a estabilidade do ensino 
        português no estrangeiro.  
      v)    A FENPROF empenhar-se-á 
        nas lutas dos trabalhadores e, particularmente, dos trabalhadores da administração 
        pública, na defesa dos serviços públicos e da sua qualidade.  
      w)    A FENPROF desenvolverá 
        todas as diligências no sentido da adequação e aplicação das normas existentes 
        sobre Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho aos estabelecimentos de ensino 
        e centros de investigação.  
      3. 
         
                A 
        quantidade e qualidade dos objectivos reivindicativos indicados não deixam 
        dúvidas quanto à dificuldade dos desafios que se colocam aos educadores 
        e professores no futuro próximo, bem como às suas organizações sindicais 
        mais representativas, os Sindicatos que integram a FENPROF.  
      Os 
        docentes serão chamados a intervir no âmbito das questões da Educação, 
        quer no que respeita à sua situação sócio-profissional e às condições 
        de exercício da sua profissão, quer no que respeita aos aspectos genericamente 
        referidos como de política educativa.  
      Mas 
        aos professores e educadores colocar-se-ão outros desafios enquanto trabalhadores 
        e cidadãos portugueses e do espaço comum europeu. É nessa qualidade que 
        o seu envolvimento na luta geral de todos os trabalhadores da Administração 
        Pública será efectiva, mas também na acção ainda mais vasta dos trabalhadores 
        portugueses, estando presentes com a sua força e o seu dinamismo.  
      Nesse 
        sentido a FENPROF desenvolverá um conjunto de acções e de iniciativas 
        de esclarecimento, debate e mobilização dos educadores e professores para 
        a defesa das suas posições e para contrariar medidas de impacto negativo 
        que venham ser propostas pelo Ministério da Educação ou pelo Governo e 
        que coloquem em causa o emprego, os direitos dos profissionais docentes 
        ou, de uma forma geral, dos trabalhadores, bem como os interesses da Escola 
        Pública que são coincidentes com os direitos de todos os cidadãos portugueses, 
        em particular das crianças e jovens.  
      Como 
        formas de intervenção e de acção, os Sindicatos da FENPROF promoverão, 
        durante o primeiro período do próximo ano lectivo, reuniões em todos os 
        seus núcleos sindicais (escolas, agrupamentos ou concelhos) abrangendo 
        todos os professores; plenários onde reunirão docentes de situações profissionais 
        específicas e cuja resolução dos seus problemas se arrasta, por vezes 
        há anos; seminários, encontros ou outras iniciativas específicas de reflexão 
        sobre grandes temas da Educação, particularmente os que se consideram 
        prioritários na negociação com o Ministério da Educação; concentrações, 
        manifestações ou greves sempre que as mesmas se justifiquem e considerem 
        o meio mais adequado de luta dos docentes.  
      Nesse 
        quadro, as formas de luta a adoptar serão tão mais fortes quanto o Ministério 
        da Educação persistir na atitude anti-negocial que tem vindo a adoptar 
        nestes primeiros meses de exercício, bem como na produção de um conjunto 
        de medidas atentatórias dos direitos sócio-profissionais dos docentes 
        e contrárias aos interesses da Educação. De facto, é inaceitável que os 
        professores e as suas organizações representativas apenas tomem conhecimento 
        de propostas estruturantes do sistema educativo através da comunicação 
        social e que às sucessivas exigências de negociação o titular da pasta 
        da Educação não dê sequer resposta, apesar de na primeira reunião que 
        realizou com a FENPROF ter manifestado exactamente a disposição contrária. 
         
      Como 
        meios de informação e mobilização para a acção e a luta dos professores 
        a FENPROF, para além dos contactos directos com os profissionais, através 
        das reuniões e plenários já referidos, apostará em materiais de divulgação 
        das suas posições tanto de distribuição individual, como para afixação 
        em placards das escolas ou em espaços públicos de rua. O recurso às novas 
        tecnologias de informação e comunicação também não será descurado, com 
        a abertura, no site da FENPROF, de uma página específica sobre a luta 
        dos professores, onde para além da informação serão recolhidos os contributos 
        dos docentes que pretendem propor iniciativas, acções ou objectivos reivindicativos. 
         
      A 
        FENPROF terá em atenção, também, o trabalho a desenvolver junto da comunicação 
        social, no sentido de tornar pública a denúncia das políticas negativas 
        do Governo e, em simultâneo, dar a conhecer as suas propostas.  
      Como 
        a luta dos educadores e professores, já se referiu, não é de carácter 
        corporativo, antes tem um objectivo máximo comum a toda a sociedade - 
        a defesa da Escola Pública - é natural que a FENPROF procure a solidariedade 
        dos parceiros educativos para lutas tão importantes como a da estabilidade 
        de emprego e profissional dos docentes, a melhoria das condições de trabalho 
        nas escolas e o aumento do seu financiamento, entre muitas outras. Nesse 
        sentido, privilegiará os contactos e a tomada de posições comuns ou convergentes 
        com organizações representativas de outros parceiros educativos, designadamente 
        pais e encarregados de educação, estudantes, pessoal não docente das escolas 
        e autarcas.  
      No 
        plano mais restrito dos professores e dos educadores, a FENPROF procurará, 
        com as suas posições, promover a unidade de todos os profissionais docentes 
        em torno do que considera justo e positivo. É principalmente nesse sentido 
        que se enquadram as acções, antes referidas, de permanente contacto com 
        as escolas e de informação e debate com os professores. Mas não enjeitará, 
        pelo contrário, disponibilizar-se-á, a par da promoção de um clima de 
        unidade entre os professores, para a convergência na acção com outras 
        organizações representativas. Isto, claro, desde que os objectivos comummente 
        traçados se integrem no âmbito dos conteúdos reivindicativos definidos 
        antes.  
      4. 
         
               Sem 
        inviabilizar, por parte dos Sindicatos de Professores e da FENPROF, nomeadamente 
        pelo seu Secretariado Nacional, a permanente avaliação da situação no 
        plano negocial e reivindicativo, de onde poderão resultar as lutas mais 
        importantes e de maior relevo, como o recurso à greve, é decidido levar 
        por diante no decurso do próximo ano lectivo, uma CAMPANHA NACIONAL de 
        defesa e afirmação da Escola Pública e de reforço do prestígio profissional 
        e social dos docentes.  
            Tal 
        Campanha desenvolver-se-á em diversas vertentes, de onde se destacam: 
         
      ?     A defesa de uma 
        Escola Pública Inclusiva e de Qualidade, prevendo-se as seguintes iniciativas: 
         
      -      Exposição itinerante 
        que percorrerá todos os distritos do país;  
      -      Elaboração, com 
        outros parceiros, de um Manifesto em defesa da Escola Pública a ser subscrito 
        por organizações, entidades e, individualmente, por personalidades da 
        vida nacional e, de uma forma geral, por todos os cidadãos;  
      -     O Fórum Nacional, 
        em conjunto com a CONFAP, "Por uma nova escola do 1º Ciclo do Ensino 
        Básico";  
      -     Um Encontro Nacional 
        sobre Educação Pré-Escolar;  
      -      Realização de 
        um abaixo-assinado em defesa da ESCOLA INCLUSIVA com questões/reivindicações 
        concretas na área da Educação Especial (quadros e concursos, equipas multiprofissionais, 
        intervenção precoce, recursos materiais e didácticos, instalações, reforço 
        dos professores de apoios educativos e do pessoal auxiliar de acção educativa); 
         
      -      Realização de 
        um debate nacional (regionalizado) sobre os direitos das pessoas com deficiência; 
         
      -      Realização de 
        um TRIBUNAL DE OPINIÃO PÚBLICA de denúncia das muitas situações de negação 
        ou limitação do direito à educação das crianças e jovens com deficiência 
        ou, em sentido mais lato, com NEE (em colaboração com as Organizações 
        Não Governamentais);  
      -     O II Fórum Nacional 
        "Unir vozes em defesa da Escola Pública" que será o desenvolvimento 
        natural da sua primeira edição.  
      ?     A Valorização e 
        o reforço do prestígio profissional e social dos docentes, destacando-se 
        as seguintes realizações:  
      -      Encontro Nacional, 
        em Outubro, no âmbito da comemoração do Dia Mundial do Professor (5 de 
        Outubro);  
      -     Uma acção de debate 
        e reflexão que se realizará nos diversos distritos do país, onde o enfoque 
        será dado aos direitos dos docentes e à necessidade de defesa do seu estatuto 
        de carreira e profissional;  
      -     A caravana da instabilidade 
        que percorrerá todo o país, denunciando a grave situação de instabilidade 
        de emprego e profissional que atinge milhares de docentes.  
      ?      Diversas iniciativas 
        em defesa da gestão democrática das escolas:  
      -     O lançamento de 
        um abaixo-assinado junto de todos os educadores e professores portugueses, 
        em defesa da gestão democrática das escolas;  
      -     A realização de 
        um Encontro Nacional e de diversos Encontros Regionais de educadores e 
        professores sobre a mesma temática.  
      Entretanto, 
        em fase de subscrição encontra-se um abaixo-assinado, que já reuniu milhares 
        de assinaturas de educadores e professores, onde estes reafirmam a sua 
        disponibilidade para lutarem pelo emprego e pelos seus direitos profissionais. 
        Este abaixo-assinado será entregue no Ministério da Educação pelo Secretariado 
        Nacional da FENPROF na manhã do próximo dia 11 de Julho, no início da 
        sua última reunião do presente ano lectivo.  
      5. 
         
                Apresentação 
        ao Ministro da Educação, no primeiro dia do próximo ano lectivo (16 de 
        Setembro de 2002), de um texto consubstanciando as matérias de negociação 
        prioritária, com definição dos prazos para a negociação de cada uma delas. 
         
            Da 
        resposta do Ministério da Educação, ou da sua ausência, resultará a definição 
        do calendário de lutas a assumir desde logo pelos educadores e professores 
        portugueses.  
      6. 
         
               No 
        quadro das lutas da Administração Pública a FENPROF estará disponível 
        não apenas para a defesa do emprego, como dos direitos e dos salários. 
        É nesse sentido que se disponibiliza para lutar, em conjunto com os restantes 
        Sindicatos da Frente Comum, por uma revisão salarial justa em 2003, pela 
        estabilidade do emprego público, o que passa pela integração dos contratados 
        nos quadros, e pela defesa de serviços públicos de qualidade. As lutas 
        a desenvolver serão a sequência natural da grande manifestação de disponibilidade 
        deixada clara pelos trabalhadores no passado dia 7 de Junho, devendo ter 
        em conta, também, outras disponibilidades, designadamente as já manifestadas 
        por organizações como a FESAP e o STE para a convergência na acção.  
      7. 
         
                Por 
        fim, no quadro da luta geral dos trabalhadores portugueses, a FENPROF 
        estará na primeira linha dos grandes combates sociais em curso como de 
        outros que se avizinham. O envolvimento far-se-á no quadro da CGTP-IN, 
        sendo a luta mais urgente a de defesa do sistema público de Segurança 
        Social, envolvendo-se a FENPROF nas iniciativas previstas para 10 de Julho, 
        mas também tendo como prioritária a defesa de um emprego estável, de qualidade 
        e com direitos. É nesse sentido que os diversos Sindicatos da FENPROF 
        continuarão a participar no debate democrático que tem lugar dentro da 
        CGTP-IN e mobilizarão os docentes portugueses para se envolverem nas acções 
        decididas.  
         
      Lisboa, 
        28 de Junho de 2002 
            
        O Conselho Nacional da FENPROF 
       
         
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