Ajuda de docentes chega a refugiados

30 de setembro de 2022

Livros, material escolar, brinquedos, bens alimentares e produtos de higiene para adultos e crianças, é o resultado da recolha promovida pelos Sindicatos que constituem a Fenprof. A entrega na Casa de Acolhimento para Crianças Refugiadas do Conselho Português para os Refugiados, em Lisboa foi no dia 30 de setembro. Atualmente, esta instituição acolhe 17 jovens, menores não acompanhados, com uma média de idades entre os 16 e os 17 anos, que chegaram a Portugal fugidos da guerra ou de condições de extrema pobreza e/ou violência nos seus países de origem: Serra Leoa, Guiné-Bissau, Guiné Conacri, Congo, Gâmbia e Afeganistão.

Vera Ramos, coordenadora da Casa de Acolhimento, descreve o percurso que estes jovens percorreram até chegar aqui: “alguns fizeram milhares de quilómetros a pé, sozinhos, até chegarem à Europa; muitos fogem da guerra, de contextos de terror e situações de perigo inimagináveis para quem os recebe. Há até quem tenha sido baleado pelo caminho”. E pormenoriza: “muitos deles nunca foram à escola e não sabem ler nem escrever. Curiosamente, conseguem comunicar entre si através dos dialetos africanos que, apesar de diferentes, eles parecem conseguir entender relativamente bem”. Com os trabalhadores da instituição, os refugiados vão comunicando em inglês, francês ou com o italiano que tiveram que aprender à chegada a esta margem do Mediterrâneo. Portugal acabou por ser o destino final de uma viagem longa, difícil e demorada, onde encontram um abrigo, mas também a ajuda para começar a construir uma vida nova.

As fotografias 

[Clicar nas imagens.]

A Casa de Acolhimento para Crianças Refugiadas abriu em 2012 e tem 12 funcionários que asseguram o acompanhamento destes jovens 24 horas por dia. Vera Ramos explica que são uma espécie de “encarregados de educação” destes jovens, pois, “acompanham-nos nas consultas médicas e na atualização da vacinação, por exemplo; matriculam-nos nas escolas, onde frequentam cursos EFA ou PIF, bem como aulas de Português Língua não materna; ajudam na procura de emprego e na integração no mercado de trabalho… A sua missão é, no fundo, auxiliar e orientar estes jovens na construção de um novo projeto de vida”.

Tal como muitas organizações não-governamentais em Portugal, também o Conselho Português para os Refugiados se debate com dificuldades económicas e financeiras para assegurar a manutenção da sua atividade, pelo que este apoio solidário dos educadores e professores vai ajudar bastante na sua atividade. Os bens recolhidos vão ser distribuídos pelos utentes, não só desta casa, mas também dos outros dois centros de acolhimento existentes na região da Grande Lisboa (na Bobadela e em São João da Talha), e os bens alimentares serão entregues no banco alimentar do Conselho Português para os Refugiados, na Bobadela.

Partilha