27 de outubro de 2017 - Greve por um descongelamento justo e sem discriminação
19 de outubro de 2017
As dúvidas, se ainda as houvesse, estão dissipadas – o governo quer apagar pelo menos nove anos e 4 meses de serviço cumpridos pelos educadores e professores.
Estes reafirmam – há que rejeitar e lutar contra este atentado ao direito a uma carreira digna e valorizada e à igualdade de tratamento.
27 de outubro – GREVE DOS EDUCADORES, PROFESSORES E INVESTIGADORES (Ver notícia)
O governo já o assumiu – no âmbito do descongelamento das carreiras da administração pública, irá considerar todos os anos de serviço convertidos em pontos. Relativamente à carreira docente pretende apagar esse tempo de serviço!
E dizem-no abertamente para que não haja confusões:
‘O Jogo do Empurra’
Em 12 de outubro, em reunião no Ministério das Finanças, a secretária de Estado, para além de confirmar que "não conta" o tempo de serviço prestado entre
30 de agosto de 2005 e 31 de dezembro de 2007
1 de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2017,
confessou desconhecer aspetos específicos da carreira docente, designadamente o que se pretendia com o artigo 36.º da proposta de lei do Orçamento, que não é claro mas poderá destinar-se a aumentar, ainda mais, a permanência dos professores nos escalões em que se encontram, prolongando, na prática, o congelamento, apesar de terminar para as restantes carreiras.
A SEAP garantiu à Fenprof que o citado artigo 36.º seria retirado e que a negociação específica da carreira docente passaria para o ME, onde o Ministério das Finanças se faria representar. Na sequência desta informação, a Federação propôs ao ministro da Educação o agendamento de uma reunião para dia 16. A resposta – em forma de recusa – veio dia 13, considerando Tiago Brandão que nada havia a agendar e que a Fenprof só queria causar ruído e a pôr em causa a estabilidade e o clima de confiança! Novos esclarecimentos foram fornecidos ao ministério e novo pedido de agendamento seguiu para a ‘5 de Outubro’. Resposta? Não houve! Seguiu nova missiva, desta vez para o primeiro-ministro, solicitando informação sobre qual a sede adequada para a negociação desta matéria que, além do mais, é de negociação obrigatória. (Ver notícia)
Docentes constituem o grupo profissional mais penalizado
Ora, a não contagem dos anos de congelamento e a não recuperação de todo o tempo de serviço – designadamente o que, em excesso, foi cumprido nos escalões da carreira por imposição de regimes transitórios ou por força da retenção no 1.º escalão dos docentes que ingressaram na carreira após 2009 – faz com que os educadores e os professores sejam os grupos profissionais mais penalizados, traduzidos na perda mensal de centenas de euros.
A situação é insustentável. Senão, vejamos:
- os docentes não têm qualquer atualização remuneratória desde 2009;
- entre 2011 e 2016 tiveram os seus salários reduzidos;
- há 7 anos que as progressões na carreira estão congeladas.
Não obstante todos estes ‘castigos’, o governo pretende apagar, pelo menos, uma década de serviço cumprido, o que, a não ser alterado, constitui uma inaceitável discriminação em relação a outras carreiras da administração pública e impossibilita que mais de metade dos educadores e professores cheguem ao topo da carreira (mesmo que os estes trabalhem até aos 70 anos).
As exigências da FENPROF
- Resolução, ainda em 2017, de todos os problemas de carreira que persistem (fim da retenção no 1.º escalão; acesso aos 5.º e 7.º escalões; reposicionamento por formações acrescidas);
- Descongelamento efetivo, e não apenas simbólico, em janeiro de 2018;
- Negociação com vista à recuperação dos 9 anos e 4 meses ‘congelados’ e contagem integral do tempo de serviço (incluindo os anos perdidos por aplicação dos regimes transitórios).
O SPN/Fenprof só admite o faseamento para recuperação do tempo de serviço. Nesse sentido, e para levar à mesa negocial, coloca duas hipóteses:
- contagem integral do tempo de serviço, à cabeça, aceitando-se o faseamento em dois anos, em ‘tranches’ de 25%, calculadas a partir do salário que é devido ao docente;
- progressão de acordo com o que deveria ter acontecido em 2011 (apenas para o escalão seguinte), com pagamento integral dessa progressão e negociação de recuperação faseada dos anos em falta.
O que disse a comunicação social:
25 de outubro de 2017
Correio da Manhã – Greve deve fechar centenas de escolas
Jornal i – Greve nacional poderá encerrar várias escolas
Observador – Da função pública aos árbitros de futebol. Todas as greves que aí vêm
20 de outubro de 2017
Público – 20 de outubro: Professores marcam greve para 27 de Outubro
Diário de Notícias – Professores aderem à greve da função pública e param a 27 de outubro
TVI24 – Fenprof marca greve para 27 de outubro
RTP – Professores marcam greve para 27 de outubro
DN/Lusa – Professores marcam greve para 27 de outubro
SIC/Notícias – Professores marcam greve para 27 de outubro
Observador – Fenprof faz pré-aviso de greve para 27 de outubro
Sol – Professores anunciam greve para dia 27 de outubro
Jornal de Negócios – Fenprof junta-se à greve da Frente Comum de 27 de outubro
Rádio Comercial – Fenprof anuncia greve dos professores no dia 27
Rádio Renascença – Professores aderem à greve da função pública a 27 de Outubro
Notícias ao Minuto – Professores fazem pré-aviso de greve para 27 de outubro
Impala – Professores marcam greve para 27 de outubro
A Bola – 20 outubro: Professores marcm greve para 27 de outubro
Expresso – Professores marcam greve para 27 de outubro
O Jornal Económico – Professores anunciam nova paralisação para dia 27 de outubro
Só com a LUTA se poderá obter resultados!
A proposta do OE/2018 é inaceitável! Não é justa, nem séria!
Merece – dos educadores, professores e investigadores – total reprovação!
Por isso, a Fenprof – dia 27 de outubro – convoca Greve Nacional dos Professores e Educadores.