SPN solidário com os professores do AE D. Pedro I (VN Gaia)
7 de setembro de 2020
SPN solidário com os professores do AE D. Pedro I (VN Gaia)
Falta de assistentes operacionais põe em causa qualidade do serviço público de educação e segurança dos alunos
SPN associa-se a denúncias de professores e exige medidas com caráter de urgência
Como é do conhecimento público, a falta de assistentes operacionais é um problema que afeta hoje a generalidade das escolas e que tarda em ser efetivamente resolvido. São frequentes situações de rutura no funcionamento dos serviços, que têm suscitado a justa indignação de representantes da comunidade escolar.
É o caso ocorrido esta semana na Escola Básica D. Pedro I, em Vila Nova de Gaia. Numa nota à Comunicação Social, os professores deram a conhecer a realidade da sua escola, no que aos assistentes operacionais diz respeito. Depois de várias notícias sobre as carências identificadas, o Ministério da Educação acabou por impor uma solução que está longe de o ser. Como muito bem afirmam os docentes, “acabar com as aulas práticas de Educação Física e com o Desporto Escolar, fechar a Biblioteca e outros serviços, manter os alunos da Educação Especial sem apoio não é um plano de contingência – é um plano de morte da Escola Pública que nos recusamos a subscrever”.
Neste contexto, a Direção do SPN expressa a sua total solidariedade para com todas as comunidades educativas da região Norte afetadas por este grave problema, nomeadamente o pessoal docente e não docente, obrigados a trabalhar em condições muito difíceis.
Coloca-se ainda ao lado dos professores que têm vindo a tomar posição em defesa das condições de trabalho que a Escola Pública exige, exortando todas as escolas a denunciar as limitações que estão a ser impostas um pouco por todo o lado.
Considerando intoleráveis estas limitações, e a degradação da qualidade da educação pública daí decorrente, o SPN responsabiliza a administração central e/ou autárquica pela urgente resolução deste problema.
NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL
Professores do Agrupamento D. Pedro I
(Vila Nova de Gaia)
O Agrupamento D. Pedro I (Vila Nova de Gaia) tem sido notícia nos últimos dias e, face ao sucedido, os Professores da Escola Básica D. Pedro I expressam a sua preocupação com a situação.Poderíamos referir as condições físicas nada adequadas a uma Escola do Século XXI, onde a prática da Educação Física é claramente condicionada pela inexistência de instalações dignas. Poderíamos também apontar as péssimas condições dos nossos laboratórios, que não garantem as condições que os alunos merecem para a realização de atividades experimentais. Claro que também poderíamos apontar as péssimas condições térmicas e acústicas da maioria das salas, mas não é isso que agora nos move.
Queremos apenas manifestar a nossa TOTAL e INCONDICIONAL solidariedade para com o Diretor do nosso Agrupamento, a sua equipa de trabalho e, de forma muito especial, para com todos os Assistentes Operacionais da “Nossa Casa.”
As notícias vindas a público nos últimos dias vieram mostrar a solidão que todos sentimos desde que a Educação passou a ser vista como uma despesa e um problema no nosso país.
A realidade da nossa Escola é a realidade de muitas escolas deste país. Andamos todos a fazer de conta que está tudo bem, tapando aqui, destapando ali. A falta de Assistentes Operacionais tem condicionado e muito o nosso trabalho e, por isso, a aprendizagem dos alunos. O Ministério da Educação, nos seus mais diversos níveis de organização, não pode continuar a ignorar a realidade.
É importante que todos os pais e encarregados de educação percebam que está em causa o futuro dos seus filhos e estamos certos que a maioria acha que a Escola é muito mais do que um “Parque de Estacionamento” de Crianças e Jovens enquanto os pais trabalham.
Independentemente do que possa ser dito na Comunicação Social, a verdade é esta: os alunos da Escola Básica D. Pedro I não têm os funcionários que deveriam ter, por direito.O Ministério da Educação pode tentar passar a ideia, para a opinião pública de que resolveu o problema, mas acabar com as aulas práticas de Educação Física e com o Desporto Escolar, fechar a Biblioteca e outros serviços, manter os alunos da Educação Especial sem apoio não é um plano de contingência – é um plano de morte da Escola Pública que nos recusamos a subscrever.
Perante isto não seremos coniventes, com o nosso silêncio – exigimos melhores condições para os nossos alunos!
Exigimos respeito!
Deixem-nos ser Professores!
Deixem os nossos alunos aprender!
Vila Nova de Gaia, 7 de fevereiro de 2020