Nota da Fenprof sobre a morte do Papa Francisco

22 de abril de 2025

A Fenprof considera a morte do Papa Francisco a perda de uma importante voz em prol de causas muito relevantes para a humanidade, como sejam a defesa da Paz ou do ambiente e a denúncia de injustiças de que são vítimas milhões de pessoas, principalmente as mais pobres e desfavorecidas, bem como do desumano tratamento que é dado a quem foge da pobreza extrema e das guerras, procurando melhores condições de vida em terras que lhes são estranhas.

Condenando as guerras, o Papa Francisco desafiou os jovens a serem "artesãos da Paz" e instou professores e pais a "imaginar a Paz" no espaço escolar, lançando "bases de um mundo mais justo e fraterno".

São de elevada importância Encíclicas como:

  • Laudato Si' (2015), na qual critica o consumismo e o desenvolvimento irresponsável, apelando à mudança e à unificação global para combater a degradação ambiental e as alterações climáticas, condenando a incessante exploração e destruição do ambiente e responsabilizando a apatia, a procura de lucro de forma irresponsável, a crença excessiva na tecnologia e a falta de visão política.
  • Fratelli Tutti (2020), na qual exorta as pessoas a construírem um mundo que assente em relações de fraternidade e diálogo, independentemente das diferenças que marcam o quotidiano, dando especial atenção aos pobres e aos desprotegidos.

A respeito do trabalho, o Papa Francisco pediu dignidade para os trabalhadores, igualdade na retribuição salarial entre homens e mulheres e respeito pelos direitos conquistados. Afirmou, ainda, em 2017, que o trabalho precário “é uma ferida aberta para muitos trabalhadores, que vivem no medo de perder o próprio trabalho. Precariedade total. Isso é imoral. Isso mata: mata a dignidade, mata a saúde, mata a família, mata a sociedade”.

Já em 2024 e a propósito da Educação, afirmou, na mensagem que dirigiu a um encontro realizado em Madrid, que todos "têm o direito à educação" e "ninguém deve ser excluído", manifestando preocupação com as muitas crianças e jovens que "não têm acesso à educação em diferentes partes do mundo", sendo vítimas de opressão, da guerra e de violência. Aos educadores pediu que "sejam sensíveis às novas exclusões que a cultura do desperdício gera" e agradeceu-lhes, na qualidade de "agentes e protagonistas da educação, embora às vezes cansados e hoje pouco valorizados".

Uma vez mais, a Fenprof lamenta a perda desta voz em defesa da Paz, dos mais desfavorecidos e de outras causas importantes para um mundo justo e solidário.

Lisboa, 22 de abril de 2025
O Secretariado Nacional da Fenprof

Foto: Lusa