ME divulga informação sobre as faltas dos Professores

MOÇÃO APROVADA POR ACLAMAÇÃO MENOS MANIFESTANTES

CONTRA A DEMAGOGIA DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO;

OS PROFESSORES MERECEM RESPEITO!

 

A informação divulgada hoje publicamente pelo Ministério da Educação, de que no ano lectivo 2004/2005 teriam ficado por dar entre 7,5 e 9 milhões de aulas corresponde a uma tentativa da equipa ministerial de continuar a degradar publicamente a imagem dos professores e educadores, retaliando, hoje, pelo facto de terem feito uma grande Greve. Este procedimento do ME enquadra-se na campanha de ataque aos professores que vem desenvolvendo desde que tomou posse. Só que desta vez foram ultrapassados todos os limites: o Ministério da Educação recorre a um estudo que ainda não terminou, avança números por estimativa, e não indica os motivos pelos quais em 2004/2005 ficaram tantas aulas por dar.

Se houvesse seriedade e honestidade na divulgação da notícia, teriam de ser acrescentados os motivos de não terem sido dadas as aulas. Só que assim concluir-se-ia que em 2004/2005, muitos milhões de aulas que ficaram por dar foram consequência dos milhares de professores por colocar durante todo o primeiro período devido às trapalhadas que marcaram o concurso e a colocação de docentes nesse ano. Concluir-se-ia, ainda, que milhões de aulas que ficaram por dar foram consequência da burocracia ministerial que para colocar um professor em substituição de outro chega a demorar três semanas, colocando, por vezes o substituto quando o titular já está para se apresentar.

Estudos anteriores provam que, apesar das más condições em que trabalham nas escolas e de estarem colocados em localidades muito distantes da sua residência familiar, a taxa de absentismo docente se situa entre os 4 e os 5%. Ou seja, mais de 95% do trabalho que é atribuído aos professores e educadores portugueses é cumprido por estes colocando-os num dos lugares de topo dos grupos profissionais mais cumpridores.

A divulgação destes dados pelo Ministério da Educação, precisamente no dia em que os professores assumem de forma inequívoca o seu protesto contra as políticas do Governo e as medidas do Ministério da Educação, prova que esta equipa ministerial não olha a meios para denegrir a imagem social dos professores e educadores portugueses. Também por esse motivo a Greve teve a expressão que teve e os professores, neste dia de luta, promoveram esta grande Manifestação e prometem que a luta continua.

 

Lisboa, 18 de Novembro de 2005

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