Greves distritais concluídas. A luta vai continuar!
A agenda do ME/Governo não passa por resolver problemas. E só a continuação da luta dos educadores e professores poderá alterar esta postura. É por essa razão que a partir do dia 17 de abril (segunda-feira), terá início uma nova ronda de greves nacionais com incidência distrital, com início às 12 horas, sem que tenham sido decretados serviços mínimos. Parea esta greve é indispensável manter os níveis de adesão verificados em greves anteriores. Tal como na anterior, também haverá concentrações diárias nos diferentes distritos.
Álbum de fotografias de todas as greves distritais
No último dia das greves distritais, são os educadores e professores do distrito de Lisboa que estiveram em greve. Desta segunda ronda de greves distritais, que percorreu o país, distrito a distrito, desde o dia 17 de abril, a Fenprof faz um balanço muito positivo da iniciativa: “ao que foi possível apurar, a adesão rondou sempre os 80% e os professores demonstraram que não estão dispostos a parar enquanto não forem atendidas as suas justas reivindicações”. A próxima etapa da luta dos educadores e professores vai percorrer o país de norte a sul, de Chaves a Faro, numa caravana pela Estrada Nacional n.º 2. Decorrerá de 22 a 30 de maio.
Diário da Greve
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Porto | Vila Real | Viana do Castelo | Bragança | Braga | Aveiro |
Viseu | Setubal | Santarém | Portalegre | Leiria | Guarda |
Faro | Évora | Coimbra | Castelo Branco | Beja | Lisboa |
A greve dia-a-dia
12/mai (Lisboa) — Educadores e professores de Lisboa encerram greves distritais
11/mai (Aveiro) — Educadores professores do distrito de Aveiro aderem em massa à greve distrital
10/mai (Beja) — Mais um grande dia de greve em Beja
09/mai (Braga) — Greve mobiliza educadores e professores de Braga
08/mai (Bragança) — Bragança com grande adesão dos educadores e dos professores
05/mai (Castelo Branco) — Castelo Branco encerra a penúltima semana de greve
04/mai (Coimbra) — Greve a 85% e cerca de meio milhar de professores em Coimbra
03/mai (Évora) — Distrito de Évora, mais uma vez com grande adesão e vários estabelecimentos sem aulas
02/mai (Faro) — Educadores e professores de Faro dão início à terceira semana de greve
28/abr (Guarda) — Distrito da Guarda: mais de 80% dos professores em greve
27/abr (Leiria) — Distrito de Leiria com greve superior a 80%
26/abr (Portalegre) — Milhares de professores em greve em Portalegre
24/abr (Santarém) — Greve no distrito de Santarém: adesão mantém-se forte!
21/abr (Setúbal) — Docentes de Setúbal fazem greve no dia seguinte a mais uma ronda negocial
20/abr (Viana do Castelo) — Viana do Castelo mantém níveis de protesto registados nos últimos dias
19/abr (Vila Real) — Vila Real mantém níveis de adesão dos primeiros dois dias
18/abr (Videu) — Greve na ordem dos 90%, no distrito de Viseu
17/abr (Porto) — Porto inicia greve distrital c/ concentração!
Os locais de concentração dos educadores e professores serão os seguintes:
(Salvo indicação contrária, as concentrações serão às 15 horas)
- 17/abr — Porto, Praça D. João I
- 18/abr — Viseu, Rossio (16 horas)
- 19/abr — Vila Real, Av. Carvalho Araújo
- 20/abr — Viana do Castelo, EB23 Bartolomeu Mártires (12h), Largo da Estação (15h), rumo à Pç. Liberdade (16h)
- 21/abr — Setúbal, Praça do Bocage
- 24/abr — Santarém, ES Ginestal Machado (12h); Escola Prática de Cavalaria, rumo ao Largo do Seminário (15h)
- 26/abr — Portalegre, ES Mouzinho da Silveira (12h); Praça da República (15h)
- 27/abr — Leiria, EB23 D. Dinis (12h); Largo 5 de Outubro (15h)
- 28/abr — Guarda, ES Sé (12h); Jardim José de Lemos (15h)
- 02/mai — Faro, EB23 D. Afonso III (12h); Jardim Manuel Bívar (15h)
- 03/mai — Évora, ES Gabriel Pereira (12h); Praça do Giraldo (15h)
- 04/mai — Coimbra, ES António Botero (12h); Jardim da Sereia, junto à Praça da República
- 05/mai — Covilhã, Rotunda da Goldra (12:30h); Castelo Branco, Campo dos Mártires (Docas)
- 08/mai — Bragança, ES Emídio Garcia (12h30); Praça da Sé (15h)
- 09/mai — Braga, ES D. Maria II (12h15); Arcada, Praça da República, com desfile para a Praça do Município (15h)
- 10/mai — Beja, Jardim do Bacalhau
- 11/mai — Aveiro, ES Mário Sarmento (12h); Praça Joaquim Melo Freitas (15h)
- 12/mai — Lisboa, EA António Arroio (12h); Rossio (15h)
Greve nacional com incidência distrital (17/abr a 12/mai)
Na sequência da consulta realizada aos educadores e aos professores, as organizações sindicais convocaram nova ronda distrital de greves, que se iniciará no primeiro dia de aulas após a interrupção letiva da Páscoa. Será uma greve que começará em 17 de abril, no distrito do Porto, e terminará em 12 de maio, no de Lisboa. Pelo meio, a greve percorrerá o país por ordem alfabética inversa, indo de Viseu a Aveiro. Em todos os distritos, os docentes serão convocados para se concentrarem num local, eventualmente deslocando-se para outro.
As greves distritais, realizadas em janeiro e fevereiro, tiveram uma enorme dimensão e nem a forma como os ME divulgou os dados a conseguiu esconder. Tendo cada professor feito greve no dia correspondente ao seu distrito, no final dos 18 dias úteis de greve foram na ordem dos 110 000 docentes os que fizeram greve. Este número decorre do facto de, só tendo acesso aos números lançados pelas escolas na plataforma que criou, o ME reconheceu que foram praticamente 86 500 os que fizeram greve em 70 a 90% dos agrupamentos e escolas não agrupadas (média de recolha diária), o que significa que no total, terão sido na ordem dos 110 000, confirmando os níveis de adesão divulgados pelas organizações sindicais.
Será uma greve diferente da anterior, pois pretende-se evitar que o ME possa, como tem feito, requerer serviços mínimos, criar um clima de intimidação, impedir educadores e professores de fazer greve e gerar a confusão nas escolas. Assim:
- em vez de um pré-aviso de greve para os 18 dias úteis ou de 18 pré-avisos, um por cada dia, serão entregues 162 avisos prévios de greve, um por cada uma das 9 organizações, para cada um dos dias, apresentados em dias diferentes;
- a greve terá início às 12h00 prolongando-se até final do dia, o que retira a possibilidade de serem requeridos serviços mínimos, sob pena de a greve estar a ser inviabilizada;
- em cada distrito, às 12:00 horas, estejam os professores a desenvolver que atividade for, ela deverá ser interrompida, os professores entrarão em greve e as escolas deixarão de desenvolver toda e qualquer atividade;
- cumpre-se, ainda, outro objetivo que é o de, num processo de luta tão duro e prolongado, que tem tido custos financeiros significativos para os professores, aliviar esse custo sem, contudo, fazer baixar a dimensão do protesto e da luta.