Dia de Escolas Sem Aulas
31 de janeiro de 2020
Grandiosa expressão de protesto traduzida em Dia de Escolas Sem Aulas
Os professores estão em luta, hoje 31 de janeiro, pelas razões que unem toda a Administração Pública Portuguesa:
- A proposta do governo dita de atualização de salarial de apenas 0,3%, depois de uma perda de poder de compra superior a 16% nos últimos 10 anos e para um ano em que a inflação prevista é de 1%;
- A falta de investimento nos serviços públicos que tem levado a uma gradual deterioração das condições de trabalho dos seus profissionais e de resposta à generalidade dos cidadãos portugueses;
- O inenarrável e inaceitável conceito de negociação de um governo que decide marcar uma reunião dita negocial sobre os salários para 4 dias depois de o Orçamento do Estado ter fechado essa decisão, ou seja, uma reunião de informação que a Ministra da Administração Pública, Alexandra Leitão, decidiu rotular de negocial.
Greve 31 de janeiro - Dados do Norte (19h)
Greve 31 de janeiro - Dados nacionais (19h30m)
Porém, os professores têm razões acrescidas para lutar, que também estão na origem da grande adesão à greve que se estende por todo o país.
- A reunião que teve lugar no passado dia 22 de janeiro, com o Ministro da Educação, veio confirmar que, da parte do Governo, não existem medidas destinadas a dar resposta aos problemas de carreira, de desgaste, de envelhecimento e de precariedade que continua a afetar todo o setor;
- Além disso, o Governo teima em levar por diante medidas, designadamente no âmbito da designada educação inclusiva ou da flexibilidade curricular, à custa de uma enorme sobrecarga de trabalho e horário dos docentes e sem os recursos (humanos, materiais, físicos e financeiros) adequados;
- Acresce que, como solução milagrosa para todos os problemas, que são muitos e alguns de grande gravidade, o Governo decidiu avançar para um processo a que dá o nome de descentralização mas que, na verdade, é de municipalização da Educação, um erro tremendo que, a consumar-se – como o Governo pretende que aconteça até 2021 –, levará a Educação, a Escola Pública e os seus trabalhadores e profissionais para becos de assimetria, discriminação e degradação, de onde será difícil sair.
- A somar a tudo o que foi dito, o protesto de hoje também inclui a incapacidade negocial de um Governo e de um Ministério da Educação cujo titular afirma que a sua disponibilidade negocial dependerá de os Sindicatos terem a atitude positiva de enveredar pelas suas avenidas e não por becos sem saída. Se os becos são as exigências de recuperação do tempo de serviço que continua roubado, o fim dos bloqueamentos à progressão e das ultrapassagens na carreira, a aposentação em tempo justo, o combate à precariedade, a regularização dos horários de trabalho, a reversão do processo de municipalização ou o regresso da gestão democrática às escolas, pode o Ministro da Educação contar que a Fenprof, com os professores e educadores, saberá encontrar a escavadora que abrirá o caminho que Tiago Brandão Rodrigues considera fechado e essa será a luta dos professores.
Pelos dados que a Fenprof tem disponíveis de escolas onde já foi possível fazer o levantamento, a adesão dos docentes à greve nacional de hoje situa-se entre os 75 e 80%, uma adesão que terá tradução de rua, durante a tarde, com a participação de professores e educadores na Manifestação Nacional da Administração Pública que se dirigirá à Residência Oficial do Primeiro-Ministro.
Mas a luta dos educadores e professores não ficará por aqui e, como indicia a sua participação na jornada de hoje, ela prosseguirá, de forma muito forte, caso o Governo continue a violar direitos profissionais e de carreira dos docentes. Nesse sentido, a Fenprof promove um Plenário Nacional de Docentes no próximo dia 12 de fevereiro, em Lisboa, no qual será aprovada a estratégia negocial e de luta para o ano letivo em curso, caso o Ministério da Educação e o Governo continuem a desrespeitar e apoucar aqueles que constroem o futuro de Portugal.
NORTE
ESCOLAS ENCERRADAS / SEM ATIVIDADE LETIVA
AVEIRO/NORTE
EBS Búzio, Vale de Cambra
EBS Dr. Serafim Leite, S. João da Madeira
EBS Fajões, Oliveira de Azeméis
EBS Oliveira Júnior, S. João da Madeira
EBS S. João da Madeira
ES Coelho e Castro, Fiães
ES Manuel Gomes de Almeida, Espinho
ES Santa Maria da Feira
EB23 Carregosa
EB23 Oliveira de Azeméis
EBI Maceda, Ovar
EB/JI Outeiro
EB Argoncilhe
EB Carregosa, Oliveira de Azeméis
EB Casaldelo , S. João da Madeira
EB Domingos Capela
EB Fernando Pessoa
EB Fontainhas, S. João da Madeira
EB Paço, Alvarenga, Arouca
EB Paços de Brandão
EB Rio Meão
EB Sobral, Santa Maria da Feira
EB1 Silvalde, Espinho
JI Parrinho, S. João da Madeira
BRAGA
ES André Soares
ES Barcelinhos
ES Camilo Castelo Branco, VN Famalicão
ES Carlos Amarante
ES D. Maria II
ES Póvoa de Lanhoso
EB23 Gualtar
EB23 Júlio Brandão, VN Famalicão
EB23 Lamaçães
EB23 Póvoa de Lanhoso
EB23 Trigal de Santa Maria
EBI Apúlia
AE Abação (1 escola)
AE Afonso Henriques (3 escolas)
AE Francisco Sanches
AE Gonçalo Nunes
AE Pedome
AE Prado
AE Vale de Tamel
AE Virgínia Moura (4 escolas)
CE Cabanelas
CE Prado
CE Ribeirão, VN Famalicão
CE Tenões
CE Viatodos - Barcelos
Conservatório Calouste Gulbenkian
EB Atães
EB Aveleda
EB Carapeços
EB Carreira
EB Carreira - Pedome, VN Famalicão
EB Fradelos
EB Lães
EB Outiz, VN Famalicão
EB Roriz
EB S. Mateus - Pedome, VN Famalicão
EB Santa Maria
EB Santa Tecla
EB São Mateus
EB Tadim
EB Tamel de São Veríssimo
EB Tebosa
EB Vila Verde
EB/JI Coussorado
EB1 Cervães
EB1 Criaz
EB1 Curvos
EB1 Fão
EB1 Fonte Boa
EB1 Gandra
EB1 Gemeses
EB1 Nine, VN Famalicão
EB1 Santa Maria - Pedome, VN Famalicão
JI Lenhas
JI Priscos
JI Requião, VN Famalicão
JI São Lázaro
JI Vimieiro
BRAGANÇA
AE D. Afonso II, Vinhais
AE Macedo de Cavaleiros
AE Miranda do Douro
AE Vila Flor
AE Vinhais
EB1 Fomento, Mirandela
EB1/JI Alfandega da Fé
JI Agrochão, Vinhais
JI Bragança (AE Abade Baçal)
JI Rebordelo, Vinhais
PORTO
AE Dr. Vieira de Carvalho (todas as escolas)
EBS Alpendorada
EBS Baião
EBS Pombeiro, Felgueiras
ES Águas Santas
ES Alexandre Herculano
ES António Nobre
ES Baltar
ES Clara de Resende
ES D. Afonso Henriques, Vila das Aves
ES Filipa de Vilhena
ES Fontes Pereira de Melo
ES Rodrigues de Freitas
EB23 Agrela - Santo Tirso
EB23 Ancede
EB23 Eugénio de Andrade
EB23 Gomes Teixeira
EB23 Leonardo Coimbra Filho
EB23 Paredes
EB23 Pedrouços, Maia
EB23 Telões
EB23 Toutosa, Marco de Canaveses
EB23 Vila Caiz
EB23 Vila das Aves, Vila das Aves
AE Mário Fonseca
AE Nº 1 do Marco (3 escolas)
CE Acácio Lino, Amarante
CE Caramos, Lixa
CE Macieira, Lixa
CE Mouriz
CE Santa Marinha do Zêzere
CE Vanzeller Macedo, Amarante
EB Água Longa - Santo Tirso
EB Bairros - Trofa
EB Bajouca, Maia
EB Bom Nome - Vila das Aves
EB Cabeçudos, VN Famalicão
EB Cidade Jardim, Maia
EB Currais, Maia
EB Esmeriz, VN Famalicão
EB Ferronho, Maia
EB Folgosa, Maia
EB Frazão, Paredes
EB Frejufe, Silva Escura
EB Gestalinho, Maia
EB Louredo, VN Famalicão
EB Monte das Cruzes, Milheirós
EB Pícua, Maia
EB Porto Bom, Maia
EB S. Miguel, VN Famalicão
EB São Bento da Batalha, Santo Tirso
EB1 da Lama, Amarante
EB1 Freixo de Cima, Amarante
EB1 Maia Estação
EB1 Margaride, Felgueiras
EB1 Santo Tirso
JI Cabo, Maureles
JI Igreja, Banho
JI Lixa
JI Moutidos, Maia
JI S. Tomé de Covelas
VIANA DO CASTELO
AE Melgaço
AE Monção
AE Paredes de Coura
AE Ponte da Barca
AE Valença
EBS Sidónio Pais
EBS Vila Nova de Cerveira
ES Monserrate
ES Santa Maria Maior
EB23 Dr. Pedro Barbosa
EB23 Frei Bartolomeu
CE Barroselas
CE Carvoeiro
CE Mujães
CE Vila de Punhe
EB Gandra
EB Perre
EB Ribeira
EB Távora, Arcos de Valdevez
EB/JI Cardielos
EB/JI Meio, Areosa
EB/JI Montedor, Carreço
EB/JI Nogueira
EB/JI Outeiro
EB/JI Portuzelo, Meadela
EB/JI Santa Marta
EB1 Arga e Lima
EB1 Avenida
EB1 Carmo
JI Serreleis
VILA REAL
EBS Vila Pouca de Aguiar
ES Camilo Castelo Branco
ES Morgado de Mateus
ES São Pedro
EB23 Diogo Cão
EB23 Monsenhor Jerónimo Amaral
EBI Pedras Salgadas
AE António Granjo, Chaves (4 escolas)
AE Mesão Frio
AE Peso da Régua
AE Valpaços, Chaves (2 escolas)
CE Douro, Andrães
29 de janeiro de 2020
Fenprof promove Conferência de Imprensa com primeiro balanço da Greve e expectativas para a Manifestação
Lisboa (Escola Secundária Passos Manuel -Travessa Convento de Jesus), 31 de janeiro, às 10h
Na próxima sexta-feira, dia 31, professores, educadores e investigadores estarão em luta. Motivos não faltam para esta e para outras lutas que se seguirão, tais como: a defesa das suas carreiras profissionais; uma aposentação justa, no momento e no valor da pensão; horários de trabalho que respeitem a lei; o fim da precariedade e de todos os abusos que se mantêm; melhores condições de trabalho; a gestão democrática de escolas e instituições; contra a municipalização; por medidas que ponham cobro à violência; pela remoção do amianto em todas as escolas e instituições; um financiamento adequado da Educação, do Ensino e da Ciência e políticas que defendam, valorizem e promovam o serviço público.
A luta (Greve e participação na Manifestação Nacional) que professores, educadores e investigadores levarão a cabo no dia 31 de janeiro também tem por objetivo a exigência de respeito pela negociação coletiva e pelas organizações sindicais. De facto, no Ensino Superior e na Ciência assiste-se a uma falta de medidas que concretizem o discurso de valorização e investimento que tem estado presente nas declarações dos responsáveis ministeriais; na Educação, para além da ausência de medidas positivas, vive-se um período, que se arrasta há demasiado tempo, de desrespeito pelos direitos sindicais, pelas organizações representativas dos docentes e pelas normas mais elementares da negociação coletiva. Na Educação Pré-Escolar e nos Ensinos Básicos e Secundário, as condições de exercício da profissão docente têm vindo a deteriorar-se, seja no que respeita à estabilidade dos profissionais, seja quanto à sua carreira, seja em relação às condições de trabalho nas escolas, com incidência nos horários de trabalho. Há, aliás, um cenário muito preocupante de envelhecimento, desgaste e perda de atratividade da profissão que o governo teima em ignorar, hipotecando claramente o futuro da Escola Pública e do País com tal tipo de opções políticas.
Foi neste quadro, confirmado pela recente reunião realizada no Ministério da Educação e pela falta de resposta do MCTES às propostas que lhe foram apresentas, que a Fenprof convocou Greve Nacional para o próximo dia 31 de janeiro, apelando a docentes e investigadores que marquem presença na Manifestação Nacional da Administração Pública prevista para o mesmo dia, a partir das 14:30 horas.