40 anos — SM Feira: Sistema educativo em análise no 2.º debate
19 de novembro de 2022
No âmbito do ciclo de debates promovido pela Direção Distrital de Aveiro (Norte), comemorativo do 40.º aniversário do SPN, realizou-se o segundo plenário/debate (15/nov), dedicado ao sistema educativo e ao ensino particular e cooperativo. Este plenário/debate decorreu no Inatel de Santa Maria da Feira e contou com presença do secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, e o coordenador do departamento do Ensino Particular e Cooperativo do SPN, Adriano Costa.
Com sala cheia, esta foi uma oportunidade de olhar o presente, com apreensão e combatividade, e recordar o passado, comemorando o 40.º aniversário da fundação do SPN. E como o passado se interpela com o presente, uma vez que os objetivos, os princípios e a luta pela profissão docente permanecem os mesmos, embora noutros contextos, atente-se neste texto publicado na revista SPN/Informação n.º 75 – Suplemento (dez/2017), de autoria de Maria José Gonçalves (sócia do SPN, n.º 8), e republicado numa brochura comemorativa do 40.º aniversário do SPN.
“Ao professor cabe o papel ímpar, numa sociedade democrática, de ajudar a construir, dia após dia, mentes cultas, livres e solidárias. Por isso, temos de continuar atentos e lutar pela dignificação da classe, o que, evidentemente, passa também por lutar por justa remuneração e horas de trabalho que não passem as fronteiras da exploração. Temos de continuar a exigir estarmos no centro do pensar educação. Nunca, mas nunca, deixemos que seja o ‘outro’ o decisor do ato de ensinar/educar.”
Ontem como hoje
Sábias e sentidas palavras que se ajustam ao presente, onde muitas questões se colocam aos docentes:
- Que dignificação de carreira é esta quando os docentes continuam a não ver contado integralmente o tempo de serviço cumprido para enquadramento na carreira?
- E os horários sobrecarregados, o envelhecimento do corpo docente, o desrespeito por milhares daqueles que têm doenças incapacitantes?
- E que dizer da precariedade de tantos que se mantêm sem qualquer vínculo, agravada com a indisponibilidade dos responsáveis do Ministério da Educação (ME) para que se abram processos negociais?
E há mais, muito mais, como a intenção manifestada pelo ME em criar mapas de pessoal que extinguiriam as diversas modalidades de quadros existentes, o que, a realizar-se, corresponderia a uma efetiva revisão do Estatuto da Carreira Docente e a introdução da municipalização no recrutamento.
Foi neste quadro de insatisfação e revolta que, os docentes presentes mostraram a sua indignação, discutiram e acolheram as propostas da Fenprof para desenvolver formas de luta, tanto autonomamente, como em convergência com outras organizações sindicais.
40.º aniversário do SPN
O debate/plenário terminou com a evocação do 40.º aniversário do SPN, recordando aquele 15 de outubro de 1982, onde mais de 500 professores, reunidos na Escola Secundária Rodrigues de Freitas (Porto), decidiram a formação de um novo Sindicato, dado o sentimento de orfandade sindical que perpassava pelos professores sindicalizados no SPZN que se mostrava mais preocupado em negociar com o governo, do que em lutar pelas justas reivindicações dos educadores e professores. Urgia, pois, no Norte, retomar a matriz do sindicalismo docente, reivindicativa e de classe, que se iniciou durante a 1.ª República, passou pela luta abnegada dos Grupos de Estudo dos Professores do Ensino Secundário, entre 1969 e 1974 e culminou, no 25 de Abril com a formação dos sindicatos livres.
40 anos depois, o SPN exige estar no centro do pensar educação, no sistema educativo ou no ensino particular e cooperativo, pois, enquanto o Estado não satisfizer o preceito constitucional de há 46 anos, de criar uma rede de estabelecimentos públicos de ensino que cubra as necessidades de toda a população, pelo menos, que garanta professores que exerçam a profissão, independentemente da tutela, e com condições de trabalho condizentes.
5 de novembro de 2022
40 anos — Ser professor no sistema educativo e no EPC (15/nov)