Pela libertação imediata de Fatima Nimer Al-Rimawi

27 de agosto de 2024

Pedido de intervenção junto do Governo de Israel para a libertação imediata de Fatima Nimer Al-Rimawi, professora e dirigente sindical palestiniana. Fatima é uma ativista social e sindical, uma amante da paz e da liberdade. Considerando inaceitável a detenção prolongada sem julgamento e a violação dos direitos humanos a que tem estado sujeita, a Fenprof solicitou a intervenção do embaixador de Portugal em Israel para que, junto do Governo desse país, dê a conhecer este apelo para que Fatima Nimer Al-Rimawi possa ser de imediato libertada. O mesmo ofício foi enviado ao Ministro dos Negócios Estrangeiros.

Fatima Al-Rimawi é uma mulher palestiniana de 54 anos, presidente da filial de Jericó do Sindicato Geral Palestiniano dos Trabalhadores de Jardins de Infância e Escolas Privadas (GUWKPS), uma organização membro da Internacional da Educação, federação que representa mais de 32 milhões de profissionais da educação de todo o mundo.

Fatima não é apenas uma dirigente sindical, é uma educadora de infância dedicada, com mais de 30 anos de experiência. Ao longo da sua carreira, tem desempenhado um papel crucial na educação das crianças na Cisjordânia, equilibrando as suas responsabilidades profissionais com o seu papel de esposa e mãe. O seu compromisso de longa data com a educação e a sua comunidade reflete-se também no trabalho que desenvolve na liderança do GUWKPS.

Fatima Al-Rimawi foi detida pelas Forças de Defesa de Israel, na sua casa, em janeiro de 2024. Desde então, tem estado detida sem julgamento, na prisão militar Damon para mulheres, perto de Haifa, sem acesso aos cuidados médicos necessários, nem visitas da sua família ou advogado. O impacto da sua prisão repercutiu-se profundamente na sua família, nos seus alunos e na sua comunidade, acarretando profundas consequências pessoais e sociais.

Tal como muitos outros palestinianos na Cisjordânia e em Gaza, Fatima Al-Rimawi foi detida sob a acusação de apoiar o terrorismo, com base em publicações na sua página do Facebook. A prisão de Damon, onde ela e muitas outras mulheres se encontram encarceradas, tem sido alvo de duras críticas por parte de grupos de defesa dos direitos humanos, que há muito vêm denunciando as condições de sobrelotação, a ventilação deficiente, os maus tratos físicos e a alimentação e água inadequadas. Sobreviventes relataram o isolamento implacável da prisão, as humilhações e os insultos que provocam tortura psicológica e emocional.

Estas denúncias vêm ao encontro de relatórios que documentam a violação do direito internacional e dos direitos humanos ao abrigo da terceira Convenção de Genebra. A B'Tselem, uma organização israelita independente, apartidária e premiada de defesa dos direitos humanos, relatou, segundo a BBC, as condições horríveis em que se encontram os detidos palestinianos num relatório recentemente publicado, intitulado “Bem-vindo ao Inferno”, que documenta um sistema em que todos os detidos são deliberadamente sujeitos a “dores duras e implacáveis”. Segundo a B'Tselem, as instalações – militares e civis – são “uma rede de sofrimento, funcionando como campos de tortura de facto”.

Detida há sete meses, o estado de saúde, físico e sociopsicológico, de Fatima Al-Rimawi tem vindo a deteriorar-se. Atualmente, sofre de dores nos pés e de alergias no corpo e não consegue ler, porque não tem acesso a óculos. Não foi possível à família fornecer-lhos, uma vez que todas as visitas estão proibidas.

Fatima é uma ativista social e sindical, uma amante da paz e da liberdade. Considerando inaceitável a detenção prolongada sem julgamento e a violação dos direitos humanos a que tem estado sujeita, a Fenprof solicitou a intervenção do embaixador de Portugal em Israel para que, junto do Governo desse país, dê a conhecer este apelo para que Fatima Nimer Al-Rimawi possa ser de imediato libertada. O mesmo ofício foi enviado ao Ministro dos Negócios Estrangeiros.

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