08 de maio de 2024

Transcrição do comunicado do Sindicato dos Professores do Norte (CPN) sobre os ataques de motivação racista ocorridos no Porto:

A propósito dos ataques de motivação racista ocorridos no Porto, na madrugada de sábado, dia 5 de maio, a Direção do Sindicato dos Professores do Norte entende que deve repudiar publicamente tais atos criminosos e o discurso de ódio que os suporta.

Tal situação denuncia um mal-estar social mais profundo que não é dissociável do crescimento de forças de extrema-direita, contrárias, por natureza, a uma sociedade democrática, plural e respeitadora da diferença e da integração cultural, alimentando-se de forma populista da insegurança e precariedade das populações.

Como parte do movimento sindical unitário, estamos solidários com quem está no mercado de trabalho em situação de maior fragilidade, como é o caso de muitos imigrantes, particularmente os ilegais.

Como sindicato de professores, representamos quem trabalha educando para uma cultura de paz e respeito pelo outro, contrária ao ódio, ao racismo e à xenofobia, e temos todo um património na promoção dessa cultura, nomeadamente, através da formação de docentes para a educação pela paz, no quadro de uma sociedade orgulhosamente multicultural.

O SPN conta com o apuramento de responsabilidades e aplicação da justiça aos criminosos, sem descurar, que, tendo o problema raízes na viragem para forças políticas herdeiras de um passado fascista e colonial que, 50 anos depois de Abril, não queremos reviver, é importante vir a público denunciar todo e qualquer atentado contra a integridade e liberdade de outro, contra todo o discurso de discriminação e rejeitar toda e qualquer responsabilização das vítimas pelos problemas que elas próprias sofrem, fazendo delas bode expiatório para opções políticas contrárias ao interesse dos povos.

Como tal, como organização herdeira da liberdade sindical conquistada com Abril, advogamos a inversão das atuais políticas lesivas dos direitos dos trabalhadores, da imigração, da segurança e liberdade das populações, e do quadro social de paz e convivência democrática para o qual educamos.​

A Direção do SPN

8 de maio de 2024

Foto: Freepick

06 de maio de 2024

Fenprof repudiam crimes ocorridos no Porto

A propósito dos atos criminosos praticados no Porto, a Fenprof repudia e condena crimes e discursos de ódio e intolerância.

Eles confirmam que, contrariamente ao que afirma a extrema-direita, em Portugal existe racismo, xenofobia e intolerância perante a diferença, sendo essa extrema-direita a principal promotora daqueles sentimentos antidemocráticos que, como aconteceu agora, muitas vezes se expressam em atos criminosos que deverão ser exemplarmente punidos pela Justiça.

A Fenprof está fortemente empenhada no combate ao discurso de ódio, ao racismo, à xenofobia e a todo o tipo de intolerância perante o que alguns consideram não ser ‘natural’ por não ser igual a si próprios. A Fenprof tem vindo e continuará a promover ações de apoio aos educadores e professores, visando a integração de imigrantes e refugiados nas escolas portuguesas, que, hoje, representam 10% da população escolar, bem como a inclusão de todas as crianças e alunos. Assim, a Fenprof insta os docentes a corresponderem ao apelo da Unesco, dando combate ao discurso de ódio que prolifera na sociedade.

A Fenprof, e todos os Sindicatos que a constituem, nas ações promovidas, tem desenvolvido parcerias com o Conselho Português para os Refugiados, a Associação de Professores para a Educação Intercultural, a SOS Racismo, a ILGA, entre outras organizações, e envolvido escolas frequentadas por alunos de diversas nacionalidades, no sentido de facilitar partilhas, dar a conhecer experiências e promover os valores democráticos, entre eles os da integração e inclusão. Tem, ainda, uma participação ativa num projeto europeu, promovido pela ETUCE - European Trade Union Committee for Education, sobre imigrantes e refugiados e a sua integração na escola e na sociedade. No âmbito deste projeto, em outubro próximo decorrerá uma iniciativa em Lisboa, que está a ser preparada pela Federação, envolvendo escolas, autarquias e organizações não governamentais. Tudo o que possa ser feito em prol da democracia e do respeito pela outra pessoa nunca será demais.

A Frenprof lamenta, ainda, que dita a casa da democracia (Assembleia da República), a Comissão de Educação, Ciência e Cultura, áreas fundamentais para a promoção dos valores democráticos, seja presidida pela extrema-direita. Uma extrema-direita que, nos 50 anos do 25 de Abril, afirmou que os anos de Democracia em Portugal constituíam uma noite mais profunda do que os do fascismo, como se esses não tivessem sido uma longa noite de trevas, marcada pela perseguição, prisão, tortura, morte, colonialismo e pobreza extrema em Portugal. Afirmações daquele tipo e outras proferidas por gente da extrema-direita, impregnadas de ódio, xenofobia, racismo e intolerância, contribuem para que aconteçam atos criminosos como os que tiveram lugar no Porto.

CGTP condena agressões contra grupo de imigrantes

06 de maio de 2024

Em comunicado, a CGTP-IN condena as agressões contra um grupo de imigrantes, ocorridas na cidade do Porto no passado fim de semana, e manifesta a sua solidariedade para com todos os imigrantes que procuram Portugal como destino, em busca de uma vida melhor. 

Segundo esta confederação, todos os cidadãos, independentemente da sua nacionalidade ou origem étnica, têm a mesma dignidade e os mesmos direitos, que devem ser salvaguardados e defendidos em todas as circunstâncias. E avança que este tipo de acontecimento é inadmissível, deve ser prestado todo o apoio às vítimas e punidos os responsáveis.
A CGTP-IN rejeita qualquer ato intimidatório e persecutório aos trabalhadores imigrantes dando combate a fenómenos de racismo e xenofobia que levam à discriminação dos trabalhadores imigrantes.

A Confederação continuará a sua intervenção junto dos trabalhadores imigrantes, apelando à sua organização nos Sindicatos de classe que a integram e mobilizando estes trabalhadores para a melhoria das condições de vida e de trabalho.