A Greve dos trabalhadores da Administração Pública deixou sem aulas quase um milhão de alunos de todo o país. Como se pode verificar pela lista abaixo, Jardins de Infância, Escolas do 1.º Ciclo, Escolas Básicas dos 2.º e 3.º Ciclos, Escola Secundárias e Departamentos do Ensino Superior encerraram hoje devido à conjugação da greve de trabalhadores docentes e não docentes. Há cidades onde praticamente não há aulas e localidades em que todos os alunos da EB1 e os mais pequenos, dos jardins de infância, hoje ficaram em casa. Estamos, pois, perante uma grande resposta que é dada pelos trabalhadores da Educação a um governo que tem vindo a impor políticas que fragilizam a organização e funcionamento das escolas públicas e, ao mesmo tempo, levam a uma degradação cada vez maior das condições de trabalho e de vida dos seus profissionais. No que às escolas e aos docentes diz respeito, vai longa a lista de medidas que contribuem para o que antes se afirmou, de onde se destacam, a título de exemplo: O processo em curso de municipalização da Educação; A aplicação da mobilidade especial que, desde ontem, após a saída da primeira lista de requalificação, passou a atingir, efetivamente, os docentes; O congelamento das carreiras, mantendo bloqueadas as progressões ao longo de toda a legislatura; Os cortes salariais que só não foram mais profundos porque o TC o impediu; As profundas injustiças provocadas por um regime de concursos que o MEC recusou alterar; Os sucessivos abusos que estão a ser cometidos sobre os professores, quer no plano dos horários de trabalho, quer em relação a outros aspetos, como a imposição da PACC ou a obrigação de prestar serviço a uma empresa privada estrangeira. Da mesma forma, no ensino superior, a intenção do MEC de não alargamento do período transitório para a conclusão do grau de doutor ou a obtenção do título de especialista, a não aplicação da diretiva comunitária sobre vinculação e remunerações e, também, os cortes no financiamento a muitas unidades de investigação são motivos por que a insatisfação de docentes e investigadores, em muitos casos, se traduziu na adesão à greve de hoje. A luta dos professores vai continuar enquanto estas medidas negativas e as políticas que as determinam não forem efetivamente revertidas.